O currículo é um documento físico organizado, o seu conteúdo consiste em passar para o aluno as experiências e vivências necessárias para a o desenvolvimento e aprendizagem do aluno. Esse documento, deve abordar as áreas de conhecimento que devem ser estudadas, bem como, as suas diversas temáticas trazidas ao mesmo pelas instituições e o sistema de ensino. Afinal, “...consideramos o currículo como documento norteador que define o que é significativo ao processo de ensino-aprendizagem” (ENS, NAGEL e BUENO, 2018, p. 109).
O currículo escolar é considerado um documento tangível organizado, cujo conteúdo inclui o fornecimento da experiência que os alunos precisam para aprender. Este documento apresenta as áreas do conhecimento e vários tópicos que as instituições e sistema educacionais devem estudar. “Partindo desse pressuposto, precisamos refletir sobre o conceito de currículo e como o educador lida com as complexas dinâmicas de ação e concepções que envolvem esse conceito” (PERIM, et.al., 2019, p. 6).
De acordo com BRASIL (2013), podemos entender que currículo: “É o conjunto de valores e práticas que proporcionam a produção e a socialização de significados no espaço social e que contribuem, intensamente, para a construção de identidades sociais e culturais dos estudantes”. Os cidadãos tem direitos e deveres, devendo respeitar-se mutuamente em convívio na sociedade, “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança,... ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,...” CONSTITUIÇÃO FEDERAL (1988 Art. 227. Pg. 156), tais valores são atribuídos as escolas para serem trabalhados com os alunos. Dentro do espaço escolar, a criança atribui para si esses valores, de maneira explícita ou implícita. Por exemplo, sabendo que na escola existem regras de convivência, assim como em outros lugares que ela possa frequentar, quando uma criança identifica que os seus direitos são os mesmos que os das outras crianças ela passa a internalizar o conceito de respeito. Essa socialização de maneira democrática favorece o desenvolvimento do aluno.
Faz-se importante conhecer o real significado e o sentido do poder que o currículo oculto exerce sobre a prática pedagógica, ao se materializar dentro e fora da sala de aula e como o educador lida com as complexas dinâmicas de ação e concepções que envolvem esse conceito.
De acordo com Schindhelm e Hora (2016, p. 378):
A potência do currículo oculto se revela em todos os espaços da prática educativa escolar. Localiza-se nos corredores, pátios, banheiros, bibliotecas, auditório. Enfim, tem por cenário o conjunto do fazer escolar. Assim, constata-se que o currículo é também constituído pelas lacunas, pelas ausências, ou seja, o que é negado também faz parte do currículo, pois constitui formas de viver, de valorar ou de perceber um determinado aspecto da vida e da própria cultura. A negação ou omissão é também uma opção política, ainda que não explícita, não verbalizada. Portanto, subjaz nas diversas práticas presentes no cotidiano escolar.
Acontecimentos diários compõem o currículo oculto, que não podem ser determinados de forma objetiva devido a impossibilidade de fazer frente aos imprevistos, portanto, é uma via em construção, mais do que documentos formais elaborados e concluídos, que podem ser obtidos no arquivo da escola. São associadas ao currículo escolar as atividades desenvolvidas intencionalmente para o processo de ensino e aprendizagem, ligadas à ideologia, estrutura social e cultural, conduzindo a educação e fornecendo atributos para o desenvolvimento pessoal.
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