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🔵 Telespectador na linha
Rafael da Silva Claro


Tinha a impressão que apenas eu estava assistindo àquele programa do canal guarulhense. A atração realmente era muito fraquinha: as apresentadoras eram esforçadas; o cenário, amador; os convidados, risíveis; e as atrações musicais, constrangedoras.

Apesar de ser um picareta histórico, o convidado falava sobre um tema pertinente aos guarulhenses, como eu. Depois de uma longa deliberação individual, resolvi ligar e fazer a minha pergunta.

Como foi a primeira vez que interagi com um programa ao vivo, achei aquilo curioso e divertido. Fiz uma pergunta besta qualquer e, talvez demonstrando não ir com a cara do entrevistado, debati ao telefone. Depois de terminado o “combate”, elogiei as apresentadoras e terminei a desastrosa participação.

Ainda foi “cometida” uma atração musical de gosto duvidoso. Parece que tentando garantir aquele recorde de público, as apresentadoras prometeram que no final do show haveria o sorteio do novo CD do grupo. Após um solilóquio interno, aceitei suportar o odioso conjunto de sambinha paulista.

A minha solitária audiência ao show da televisão local foi contemplada com o disquinho do grupo desconhecido de pagode dos anos 90. Eu não gostava de pagode, mas como tratava-se de um prêmio, decidi retirá-lo.

Era uma sexta-feira, estava indo a pé até a rádio. Eu fazia questão de aquela prenda não me obrigar a desembolsar nem sequer o dinheiro do ônibus. Enquanto eu andava, fui refletindo se valia andar tanto e ainda ouvir o “troféu” que eu fazia questão de receber.

No fim, ponderei as vantagens e desvantagens de reclamar o prêmio do certame. Então concluí que não compensava conspurcar minha coleção fonográfica, arriscando meu gosto musical. Ignorei o meu brinde, dando meia-volta.

Hoje penso, seria excêntrico ter um “compact disc” de um grupo obscuro de pagode com um nome ridículo tipo “Esperanssamba” ou “Corassamba” e rimando “amor com dor” ou “razão com paixão”. Seria, pelo menos, uma boa lembrança de quando eu justifiquei a existência daquele programinha, quase artesanal, do canal UHF que encontrei entre a Globo e a MTV.


Biografia:
Ensino secundário completo. Trabalhei em várias empresas, fora da literatura. Tenho um blog, onde publico meus textos: “Gazeta Explosiva” Blogger
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