Tudo parece tão calmo,
quieto, parado.
As águas tempestuosas
parece que se acalmaram demais.
Tenho medo dessa quietude.
Ela pode ser o prenúncio
de uma avalanche de temporais.
Um descambar do céu
em frangalhos de lágrimas
e correntezas de solidão e dor.
Todos os dias fui
ao jardim de músicas.
E fiquei lá,
num cantinho,
espiando as melodias,
uma a uma.
Bem quieta.
Só olhando.
Não consegui dizer nada.
Nem sei se devia também.
Eu não sei mais dizer nada.
Hoje com o silêncio falando,
criei coragem
e soletrei algumas sílabas.
Acho que não sei mais falar.
Preciso re-aprender,
ou...
calar de vez...
Maria
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