Se tem algo que me deixa tranquilo mentalmente é o de sempre ter sido um sonhador. Nunca desisti, mesmo com as dificuldades que surgiam. Nem tudo o que sonhei se realizou, mas não foi por falta de iniciativas. Comecei a sonhar desde criança, quando dizia para meus pais e meus avós que, quando crescesse, iria ser motorista de ônibus ou de caminhão, uma paixão que carrego até hoje. Tanto que virei um estradeiro. E assim foi indo. Sempre amei a música, ela está no meu sangue. Escrevi algumas letras para músicas de amigos, fui um razoável baterista e desfilei em baterias de escolas de samba, em Santos e no Rio de Janeiro, cidade onde morei algum tempo por força do meu trabalho na fase áurea da Petrobrás. Viajei muito, até para lugares não turísticos, como por exemplo, quando fui ver de perto a tragédia de Mariana/MG e muitas outras aventuras. Estudei Exatas, mas, com o tempo, fui descobrindo que me sentia melhor na área de Humanas. Minha vida profissional foi sempre na indústria química e petroquímica. O tempo fluiu e, felizmente, eu posso dizer que aproveitei a vida na sua plenitude, dentro daquilo que me foi possível. Desvendei a vida aos meus dois filhos, quando ainda pequenos, com a frase: “jamais deixem de ir atrás dos seus sonhos”. Imprimi essa frase e, até hoje, ela está sob o vidro da escrivaninha de cada um deles. Sempre tive poucos amigos, por opção, mesmo na época em que amizade era um compromisso sério, até sagrada. Pode parecer estranho e até incoerente dizer isso, mas quanto menos amigos você tiver, menos decepções você terá. Eu digo amigos e não colegas, que existem aos montes. Estranho pensar assim, não é? Pois é, mas eu penso. Claro que sempre existirão aqueles que irão estar com você em alguns de seus piores momentos, mas no final é você com você e Ele. A passagem do tempo nos ensina isso.
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