A Janela de Overton é uma tática de engenharia social que consiste em “empurrar a história”, ou seja, deixar tudo mais tolerável. O espetáculo do ‘Cavalo Tarado’, que foi apresentado numa escola para crianças, foi apenas um lamentável capítulo da Janela de Overton. O número “artístico”, rompendo a Espiral do Silêncio, chocou a opinião pública, mas a tendência é introduzir algo mais “aceitável”, embora atualmente reprovável.
A Espiral do Silêncio, no caso, mantém a opinião pública calada, com medo de cometer alguma “falta social” que pode ser rotulada como homofobia, transfobia ou qualquer “crime da moda”.
O ‘Cavalo Tarado’ provavelmente foi recebido como um cavalinho, na pior das mentes, malvado, pela reação das crianças. Eu interpretei a reação infantil como um lobo mau ou um vilão qualquer invadindo a cena. Entretanto, o equino se empolgou e proporcionou uma atuação imprópria a plateias de todas as idades. Ah, tudo isso acompanhado de um funk pornográfico coreografado.
Em quaisquer cidades do Brasil, os pais certamente ficam tranquilos quando conseguem matricular o filho numa escola boa; geralmente, isso significa mantê-lo longe de más influências e encaminhá-lo. Porém, uma trupe, intitulada Companhia de Dança Suave se infiltra no ambiente escolar e cobra 50 mil reais para destruir infâncias no atacado.
Mas, como já disse, não é nova a tática da Janela de Overton. Se as crianças não desenvolverem uma modalidade óbvia de parafilia, no mínimo perguntarão o que significa: cio, tarado etc.
Na escola, em nenhuma idade, eu vi a apresentação de um perigoso e ameaçador ‘Cavalo Tarado’. Eu devo ter visto coisas mais inocentes como ‘Pedro e o Lobo’ e ‘O Gato de Botas’. Que bom, eu devo ter economizado um bom dinheiro em remédios e analistas.
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