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A dor pelo povo Yanomami
Vander Roberto

O povo Yanomami merece toda atenção do Estado. Eles e tantos outros povo já habitavam estas terras antes da chegada do homem branco. Sua população e outros povos indígenas sofreram as mazelas do Colonialismo em sua própria terra. Foram cativos e grande parte sofreram com doenças que quase extinguiram as populações nativas. Sofreram com políticas assimilacionistas, integracionistas e esquecidos como povos pertencentes ao país chamado Brasil. O Capitalismo agressivo tratou de enxergar mais adiante e suas terras demarcadas que contém minerais valiosos foram invadidas contrariando a Constituição Federal de 1988. O garimpo só quer lucrar e pouco importa a miséria das populações indígenas como a Yanomami, doenças, desnutrição. Não bastasse, o garimpo contaminou e inutilizou o habitat indígena. O que a população não sabe é que tais povos são nossos irmãos e irmãs. Um teste de DNA certamente detectará que milhões de brasileiros tem em sua ancestralidade sangue indígena.

A omissão estatal ficou evidente após centenas de mortes de indígenas do povo Yanomami. Esta chegou juntamente com a malária, a desnutrição, indígena Yanomami pesca e caça e tendo um território contaminado pelo garimpo não pode prover seu sustento. Confinados em seu espaço e ameaçado pelo garimpo ilegal, o povo Yanomami foi mais uma vítima da política estatal omissa que pode ser comparado ao Nazismo do século XX. O território Yanomami serviu de campo de concentração e política de extermínio com o aval omisso do governo federal durante quatro eternos anos. Só não vê quem não quer. Houveram estupros, aliciamento à prostituição e comparar o local aos campos nazistas de extermínio não é absurdo. Falando em Nazismo, perdemos a antropóloga Adriana Dias que estudava o tema pela desnazificação nacional nestes tempos sombrios e que promove a desumanização. O que ocorreu no território Yanomami pode ser caracterizado como tentativa de genocídio e um laboratório nazista que estava em andamento.

Este é somente 1 caso no desrespeito aos povos indígenas. Há milhares pelo Brasil em outros estados. Se tratamos com políticas genocidas um povo que preserva a natureza e serve como termômetro das mudanças ambientais, povo este que já vivia aqui antes dos brancos chegarem e são nossos irmãos e irmãs, basta imaginar como nossa estamos socialmente. A morte de Bruno e Dom na região do Javari não serviu de alerta suficiente para um governo que não estava nem aí para a vida humana. Os Yanomamis terão que levar este caso diretamente ao Tribunal de Haia porque as evidências de tentativa de genocídio são evidentes. A repercussão mundial causou impactos negativos ao Brasil e Jair Bolsonaro já é visto como pessoa não querida nos EUA. Espera-se respostas do governo Bolsonaro sobre a questão e tudo indica que somente na força da lei alguém dará uma luz sobre a omissa política federal. O atual governo Lula tomou medidas mais enérgicas no dia 30 de Janeiro visando proibir o garimpo nas terras do povo Yanomami. Medida acertada que tira a condição de "campo de concentração e extermínio" do território indígena. Se pensarmos bem, é sim uma política nazista efetuada pelo antigo governo em refinada prática omissiva e a mídia não tem coragem de usar tais termos.

Chama bastante a atenção o silêncio do povo brasileiro em relação ao tema. Adotamos uma política de Pilatos, ou seja, não sendo comigo tudo bem. Nota-se uma perda da identidade e patriotismo, menosprezo e desdém com a Memória e História do Brasil, falta de humanidade e principalmente amor a vida. O importante para muitas pessoas é o quanto entram em seus bolsos pouco importando sua origem. Indígena é ser humano igual nós, brancos, negros e pardos. Este pouco caso com grupos étnicos diversos e a implantação da eliminação das minorias é assustador. Além da vida, perde-se todo um complexo cultural e histórico, conhecimentos que podem nos ajudar em Medicina, Meio-Ambiente, qualidade da Arte, oralidade, línguas e por aí vai. Questiono bastante se somos realmente humanos e se não estamos partindo para o fim da humanidade. Coloco em xeque a tal hospitalidade brasileira, a moral dos indivíduos e ainda quando este silêncio passivo e maléfico sem reações e protestos irá acabar. Pessoas como a alemã Sophie Scholl tentaram combater o Nazismo dentro da Alemanha durante a 2ª Guerra Mundial. O Movimento Rosa Branca tomou atitude mesmo atuando no método da resistência passiva e não na passividade. Há diferença neste ponto. Aqui, o povo brasileiro, trabalha na passividade e atua como Pilatos. Este é o caminho para entrarmos em colapso nacional brevemente.

O problema ultrapassa o campo político tendo participação omissa da população que nada questiona. Há outros tantos casos que não houveram manifestações populares no sentindo de combater problemas. Os casos da professora Heley de Abreu, Genivaldo, João Alberto, Bruno e Dom, Mariana e Brumadinho, boate Kiss, são alguns exemplos claros da população que não está nem aí para quem mora no Brasil. O importante é ganhar dinheiro. Os capitalistas esquecem que para existir a Economia é preciso termos seres humanos. Não se faz Capitalismo com pessoas mortas, usando da exploração e armas, pouca Educação e muito menos com omissão. Especialistas nestas áreas ajudarão a melhor entender este processo que passa o Brasil onde o silêncio é uma arma valiosa para acobertar problemas crônicos e reais. Estamos perdendo a oportunidade de fazermos uma mega manifestação para melhorias dentro do Brasil que já está pobre com tantas pessoas negando a ciência e o conhecimento. Tempos sombrios. Será que a Idade Média está voltando? Cada casa parece ter virado um novo feudo neste século. Refletir nossa passividade torna-se necessário. É isto.


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