A Paremiologia é a ciência que se dedica ao estudo dos provérbios, analisando-os sob o viés da linguística, da psicologia e da semiótica, tão difundida nas sociedades tradicionais, também recorria abundantemente às analogias, das quais parece, ter retirado muito de seu alcance social (Florilégios).
E hoje, fazem de metáforas, antíteses, jogos de palavras e outras estruturas analógicas para questionar o conceito de lógica. Uma espécie de engenharia social supostamente ideológica e doutrinária.
A utilização concreta em decisões judiciais, constitui na verdade uma realidade inegável, que não se pode ignorar. Os provérbios são utilizados, repetidos, trabalhados nas mais diversas instâncias, pelos mais diversos autores e sobre as mais diferentes matérias jurídicas.
Devemos tornar os provérbios, os ensinamentos e as sabedorias a darem fluxo ao nosso pensamento, pois são recheadas de alertas, atenções, exemplos, explicações, e até receitas de vida.
Vou mostrar alguns exemplos:
Mais vale adquirir sabedoria do que ouro; mais vale ter entendimento do que prata; o caminho dos honestos afasta-se do mal; quem resguarda a sua conduta, guarda a sua alma; o orgulho conduz ao fracasso; a arrogância conduz à queda; mais vale viver modestamente com os pobres, do que repartir tesouros com os soberbos, entre outros.
Todos nós vivemos num mundo de provérbios, de citações, de pensamentos e de frases de efeito. Todos somos os verdadeiros provérbios da vida, em atitudes e pensamentos. Somos os protótipos da criação paremiológica, pois, consagramos fatos, atos, encenações, representações e dramatizações do cotidiano. Somos o espelho da vida.
Se usarmos os provérbios e acionarmos poesia, lirismo, deixaremos com a nossa assinatura e com a mais simples receita e forma de adotá-los.
Pegue uma música triste e torne-a feliz ou pelo menos compreendida na sua essência. Lembre-se de deixá-la sob sua pele, sob sua audição, sob sua Alma, sob seu Espirito. Pode ser um gatilho para as suas incertezas e tristezas mais profundas. E também pode acionar a razão plena, a resposta que estava buscando. Então, você começa a torná-la melhor. Pois, se a canção não tiver provérbios, quando for resumidamente mencionada, será também mais um provérbio. Nada nessa dimensão é rejeitado por completo ou ignorado literalmente.
A mente humana é um mistério a ser desvendado, possui segredos escondidos nas alamedas do subconsciente. Desde os tempos mais remotos, o homem se pergunta: quem somos, de onde viemos e para onde vamos?
Todas essas questões são fundamentais para a forma como individual e coletivamente fazemos sentido. São perguntas feitas por todas as tradições espirituais, desde o início de nossa espécie. Até as pinturas rupestres sugerem que, desde o início da humanidade, começamos a fazer esse tipo de pergunta.
A ciência moderna vem tentando melhor conhecer a alma humana, essa força vital que nos movimenta, nos emociona e nos desassossega por dentro. Mas o povo, com sua sabedoria simples e empirista, igualmente tem construído durante séculos seu conhecimento a esse respeito.
Muito dessa sabedoria está contido nos ditados e provérbios populares. E, com base neles, existe um diálogo entre o conhecimento científico da Psicologia e o saber das bocas e das ruas. Afinal, há algo de profundo por debaixo das aparentes simplicidades intuitivas.
A voz do povo é a voz de Deus.
Os provérbios possuem aplicação prática na vida.
Em geral recorrem às ironias, às comparações, aos tons brincalhões, e por vezes ao sarcástico e debochado, e às metáforas para transmitir de forma clara, esse saber popular.
“É preciso diferenciar o conhecimento da sabedoria. O primeiro serve para ganhar a vida, a sabedoria nos ajuda a viver.”
O léxico de uma língua é dinâmico, que é o repertório de palavras existentes numa determinada língua, constitui um sistema dificilmente mensurável, de todas as unidades lexicais realizadas e realizáveis, isto é, efetivas ou virtuais, comuns a uma determinada comunidade de falantes.
São exemplos de campos lexicais: o da saúde: estetoscópio, cirurgia, esterilização, medicação, etc. o da escola: livros, disciplinas, biblioteca, material escolar, etc.
Por ser dinâmico, o léxico, cada dia, apresenta novas unidades lexicais: seja pela criação, pela reinterpretação semântica ou até mesmo pelo desaparecimento de alguns lexemas (unidade de base do léxico, que pode ser morfema, palavra ou locução; lexia), pois a língua é formada pela herança passiva e cômoda do passado e pela criação ativa do presente.
No que se refere à terminologia, os dicionaristas da língua portuguesa não conseguiram estabelecer uma definição para os provérbios, como nos mostra Simon: anexim, aforismo, adágio, ditado, chufa, ditame, ditério, dito, gnoma, máxima entre outros.
Tem um peso histórico, instala-se na língua, donde seu aspecto frequentemente arcaico no que concerne à sintaxe e à semântica.
Mas devemos sempre usá-los como referência, mesmo que sejam apenas como fator de entretenimento, mesmo estando subliminarmente uma mensagem real, verdadeira, contida no texto e por vezes ignorada ou incompreendida.
A FRASEOLOGIA brasileira é bem interessante. Incluo nessa categoria as parêmias ou sentenças proverbiais, expressões idiomáticas, colocações, pragmatemas, estereótipos, clichês, bordões, slogans, etc.
“O Gancho para ser certo, tem que ser Torto”
Duplo sentido, uma espécie de frase de defesa, de conformação e definição.
É o que ocorre, por exemplo, em títulos de:
Livros: Leite derramado;
Filmes: Bicho de sete cabeças;
Telenovelas: O pulo do gato;
Emissões televisivas: Saia justa;
Canções: Gota d’água.
Graças ao conhecimento do sentido não composicional de cada uma dessas expressões podemos saber que não se trata de um livro acerca de um incidente doméstico; um filme e uma telenovela sobre animais; e nem uma emissão televisiva sobre moda, mas, respectivamente, de perda de oportunidade, de exagero, de oportunidade, de constrangimento e de alcance de limite.
Um benefício muito importante no livro de Provérbios, é que você aprenderá a viver com equidade.
Provérbios de Salomão, filho de David, rei de Israel, destinados a dar a conhecer a sabedoria, dar educação e ensinar também a compreender palavras cheias de profundo sentido.
A sabedoria popular andina expressa nos provérbios Quéchua é rica em elementos morais e comportamentais.
Os referentes culturais vinho e azeite, ainda que admitidos em seu valor literal, no cotejo da imagem mental, mesmo entre o par português da Europa e do Brasil, como nos provérbios “Águas de São João tiram vinho, azeite e não dão pão”; “Quem azeite colhe antes de Janeiro, azeite deixa no madeiro”, resultará, para um falante da variante europeia, em “dimensões cognitivas e simbólicas muito mais extensas e profundas” (Luque Durán, 2011: 395) daquelas que apresentam as mesmas lexias em seu sentido referencial imediato.
Tente, só por curiosidade, entretenimento ou distração, identificar e reproduzir, em cantiga, quadras, quadrinhas, parlendas, trava-línguas, canções, rimas, aliterações, assonâncias, o ritmo de fala relacionado ao ritmo e à melodia das músicas e seus efeitos de sentido. Faça uma releitura, coloque as impressões do hoje, do agora e entenderá que palavras são eternas.
Utilize alguns provérbios antigos, associados a atualidade, ao cotidiano, a rotina, e entenderá os conceitos seculares de suas definições, que adaptados ao contemporâneo, ao presente, ficam absurdamente atuais.
Experimente, leia e conheça alguns, só para variar...!
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