PROTONEMA

Um Canindé dentro da pele de um Zé Cambito
anda no indicativo do presente entre rios de águas mortas
e outros moribundos
a pensar entre estrelas adonde anda o grande amor.
Em passos alados devagar lança abraços no vazio do espaço que não laça nada e na luz mansa da noite
vive o gerúndio e o particípio da falta do grande amor.
No momento em que as águas descem do firmamento
em qualquer lugar deste céu turvo e gás de néon
O suor salgado e doce da tua boca os corpos troncos
filamentos veios da mesma água
pele e casca da mesma árvore
braços
ramos
galhos
dedos
mãos e silencio na madrugada da rua augusta.
Próton cito teu nome as palavras na física fusão da mais elétrica partícula na força da tua carga elétrica positiva na neutra harmonia dos diferentes.
Se ramificam
Se emergem
Se submergem nos palavrares de dizer amor e amigo de olhar nos olhos sem o enigma do cinismo.
A vida em esporos a mistura das partes de cada um é o núcleo protoplasmático do proponema das águsa
das árvores
das plantas que somos.
Na essência da proteína uma voz ecoa assim.
- Eu liguei você disse pra eu ligar eu te liguei e pronto.
Como um proscrito na prosopopéia da madrugada prospecto tua imagem
“Ixe mãe do mangue – socorre meu ser
meus ouvidos
minha boca
meu coração de pássaro negro dor em do.r”
Ixe mãe da força pra essa Arara ararauna avuar
E no presente indicativo essa ave diga vou e voa
no gerúndio do to indo.
Pelos ares entre as águas no futuro do presente indicativo iremos lado a lado pareado tentar vê os peixinhos presente da vida na beira do mar.

Chico Canindé 15.05.08

Outros títulos do mesmo autor