Sobre a Vida, o Destino versus o Genético.
O envelhecimento é uma fase da vida considerada conclusiva para o encontro de nossas tendências, tanto genéticas quanto as do próprio destino, colher o que plantamos.
Lembro de minha mãe já bem velhinha me falando: “Meu filho tudo um dia termina”.
Com o passar dos anos, nossa vez se aproxima desse dilema; o distanciamento de nosso mundo produtivo onde as trocas de bens e serviços significam novos contatos e renovações de conhecimento, dando lugar a momentos mais internos e reflexivos.
É como se seguíssemos por uma estrada onde as pessoas transitam cada dia menos conosco e nos defrontamos nessa encruzilhada entre as atitudes que escolhemos tomar, misturadas a aquelas que nossas tendências psíquicas e egoicas nos levaram a tomar.
Uma conclusão que considero especial nesse dilema; O que podemos interferir para nos dar melhores opções e qualidade de vida? Por exemplo se não temos a consciência ou se temos e não ligamos, que vários de nossos parentes foram prejudicados por um hábito que fez adoecer previamente um órgão de nosso corpo, vamos agir praticamente da mesma forma e teremos menos opções de nosso caminho.
Enfim as coisas são somatórias e complementares. Se não gosto de sair não preciso cortar o cabelo, porém se não corto cabelo vou parecendo cada dia mais como o homem das cavernas, mas nas cavernas não acontece nada...
É como se nosso psíquico fosse de dentro para fora, porém sempre o de dentro vai fazer colher o de fora...
E tudo no universo de nossas vidas gira em torno do amor; diretamente através de nossos parentes ou indiretamente através de nossos serviços e bens, agrega-se um mundo social em torno da vida que as pessoas têm, e permitem a outras pessoas ter, e isso faz com que o amor fosse um tipo de bastão de revezamento, em uma corrida que apresenta o nosso genético ao nosso social e vice-versa.
Mas o que me intriga, é o que faz com que nosso mundo se recolha e, as relações que antes nutriam o magnetismo do amor, se transformam em relações de cobrança e desrespeito?
Vejo todos os dias vários casais que almoçam juntos, é como se isso se transformasse em um hábito como escovar os dentes e tomar banho, porém o almoço é mais social, as pessoas se encontram, conversam, trocam informações etc. e a comida nutre nosso corpo juntos com as conversas que nutrem a nossa vida.
Desde pequenos, o almoço era um hábito de reunião da família, havia um respeito em compartilhar o alimento, era como se compartilhássemos o corpo de cristo. Com as famílias diminuindo os participantes ao longo do tempo foi-se criando um tipo de cerimônia do silêncio onde a mudez se tornou um participante a mesa.
Enfim dá vontade de chegar para aquele casal e perguntar: _Ô fulano cês ainda tão tirando uma? Mas, na verdade podia ser qualquer atividade prazerosa juntos, pois o prazer se tornou um escravo da monotonia dos casais!
Então concluímos que o genético se reforça em relações que ficaram mais inclusivas com a pandemia, e até mais restritivas a novas relações. Isso acelerou com certeza o envelhecimento de todos nós!
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