O que aconteceu com o Movimento Brasil Livre (MBL)? O grupo jovem parecia a novidade que a política precisava. No entanto, se revelou “a mais nova velha política”. O fiasco do pequeno agrupamento — pretensamente apelidado de manifestação — na Avenida Paulista... (e em outras cidades?) foi o aviso do fim.
O MBL, um dos grupos que derrubaram Dilma Rousseff — e que atualmente parece um coletivo de diretório acadêmico de faculdade — se dizia de direita, no entanto, vem numa “esquerdização” veloz, inédita. Começaram “dialogando” com Marcelo Freixo, já gravaram vídeos dizendo maravilhas de Ciro Gomes, hoje sobem no mesmo palanque que Orlando Silva, amanhã declararão apoio a Lula. Essa estranha aproximação com antigos desafetos mostra que aconteceu algo atrativo para os garotos. Mas, justiça seja feita, o distanciamento da verdadeira direita já havia ocorrido à revelia, pois o MBL se comportava muito diferente do que falava. A incoerência pode ser apenas esquizofrenia ou cara-de-pau mesmo.
O coletivo que insiste em se rotular direitista (liberais) demonstrou sua real incapacidade de mobilização no dia 12 de setembro. Além de reunir uma fauna “irreunível” de políticos, bandeiras, ideologias, siglas e subcelebridades, a turminha não tem pauta para o Brasil. Destaque para a tradução mais perfeita de “vergonha alheia”: a dancinha do João Doria — com o exclusivo figurino (calça apertada), demonstrando uma alegria fabricada. Constrangedor. É essa a terceira via? A chamada terceira via quis “colar” no MBL, achando que era real sua capacidade de levar o povo às ruas. Diante do fracasso e com o instinto de sobrevivência aguçado, ninguém vai querer subir novamente no mesmo palanque dos garotos.
O MBL vem derretendo, perdendo muitos integrantes que desistem do movimento horrorizados com o que acontece ali. O futuro eleitoral da sigla já é previsível: não receber votos nem da direita nem da esquerda, talvez de amigos e parentes. A molecada tende a cumprir eternamente o lockdown e o distanciamento social, no máximo reunirá a “mobilização” num boteco, que atualmente é um local que eles transitam muito bem.
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