Falar sobre música, sobre sua presença na vida das crianças e na educação infantil, apontando para sua indispensável contribuição a formação de seres humanos sensíveis, criativos e reflexivos.
Som é tudo que soa, tudo o que o ouvido percebe sob a forma de movimentos vibratórios. Há muitos sons que nos cercam que são expressões de vida, da energia do mundo que nos cerca.
E o silêncio? Não é apenas a ausência de som, mas sim vibrações que o nosso ouvido não percebe.
Tudo vibra mas nem toda vibração transforma-se em som para nossos ouvidos
A percepção, a discriminação e a interpretação de eventos sonoros geradores de interações com o todo, tem grande importância no que diz respeito a formação e transformação da consciência de espaço e tempo, um dos aspectos prioritários da consciência humana.
Física e objetivamente podemos definir conjuntos de características do som, como altura, duração, intensidade, timbre e densidade.
Desde o século XIX a educação musical recebeu o aporte de diversos autores que desenvolveram ideias e propostas de sistematização da educação musical, dedicando-se em especial as crianças pequenas.
O ambiente sonoro, assim como a presença da música em diferentes situações do dia a dia faz com que bebês e crianças iniciem seu processo de musicalização de forma intuitiva.
O envolvimento das crianças com o universo sonoro começa ainda antes do nascimento, pois na fase intrauterina os bebês já convivem com um ambiente de sons provocados pelo corpo da mãe, como o sangue que flui nas veias, a respiração e a movimentação do intestino. A voz materna também constitui material sonoro especial e referência afetiva para eles.
Do primeiro ao terceiro ano de vida os bebês ampliam os modos de expressão musical pelas conquistas vocais e corporais. Podem articular e entoar um maior número de sons, reproduzindo letras simples, refrãos, onomatopeias, explorando gestos sonoros, como bater palmas, pernas e pés e depois a capacidade de correr, pular e movimentar-se acompanhando o som de uma música.
A expressão musical nessa fase é caracterizada pela ênfase nos aspectos intuitivo e afetivo como também pela exploração (sensório-motora) dos materiais sonoros.
Na faixa etária de quatro a seis anos, as crianças já podem compor pequenas canções com instrumentos musicais.
A prática com música, seja pela apreciação ativa, potencializa a aprendizagem cognitiva, particularmente no campo do raciocínio lógico, da memória, do espaço e do raciocínio abstrato.
Um outro campo do desenvolvimento é a afetividade humana. A música traz efeitos muito significativos no campo da maturação social da criança.
A experiência com a música antes do aprendizado do código convencional é muito importante. No trabalho pedagógico entendem-se a música como um processo contínuo de construção que envolve perceber, sentir, experimentar, imitar, criar e refletir.
A associação da música enquanto atividade lúdica, facilita o processo de ensino aprendizagem, pois incentiva a criatividade do educando através do amplo leque de possibilidades que a música disponibiliza. O processo de aprendizagem se torna mais fácil quando a tarefa escolar atende aos impulsos desde a exploração e descoberta entre professor e aluno.
A utilização da música no espaço de educação infantil além da criança aprender brincando, torna o ambiente mais agradável e estimulante. Introduzir conteúdos através da música com crianças de zero a seis anos desenvolvem relações afetivas, de socialização, cognitivo e ainda torna o aprendizado de qualquer área de conhecimento ainda torna o aprendizado de qualquer área do conhecimento ainda mais fácil de ser absorvido.
A música é um instrumento facilitador no processo de aprendizagem, pois a criança aprende a ouvir de maneira ativa e reflexiva, já que quando for o exercício de sensibilidade para os sons, maior será a capacidade para ela desenvolver sua atenção e memória.
Deste modo, concluímos que a importância da música não é tanto como a criança a utiliza, mas sim como ela se envolve de forma cada vez mais criativa e interativa com seu mundo interno e externo.
Este artigo foi escrito pelas professoras de Educação Infantil, Jaqueline Dall Agno e Ilhane Terezinha Giotti, da EMEI Amor Perfeito.
|