Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
Sargento Severino
Luiz carlos souza santos

O famigerado sargento Severino
        Quando fora remanejado para o rancho, não sabia a causa e o motivo, mas consequências teriam aquele novo ambiente de trabalho do velho Sargento Severino. Afinal, ficar responsável por três refeições diárias num grupamento de recrutas, não era tarefa fácil. Não demorou muito tempo, para o descontentamento do graduado aparecer. E os alunos começaram a sentir na pele a ira do sargento. Quem nunca encontrou uma pedra no feijão ou alguns gorgulhos no arroz ou no macarrão? Sem falar naquele cigarro Broadway, aceso o tempo todo no preparo das refeições. Não demorou muito tempo, e ao ser escalado para lavar os tachos, talheres e pratos do rancho, passei a observar aquele graduado insatisfeito com o serviço e mal humorado com todos que o cercavam. E eis que um dia o velho sargento um pouco animado, faz uma piada de mau gosto e todos que estavam no rancho, ainda um pouco apreensivos riem daquela conversa. Então, um aluno soldado se dirige ao sargento e lhe pergunta: sargento, onde o senhor trabalhava antes? Ele então responde: trabalhava em Caraíva. Gostava de trabalhar lá, até que me enviaram pra esse inferno dantesco. E então, o famigerado sargento Severino nos conta o porquê de sua saída de Caraíva e sua vinda para o rancho. Grande apreciador de uma moqueca de peixe, o sargento nos contou que avistara um pescador que havia chegado do mar com uma corda de peixe. Aproximou e perguntou ao pescador se era pra vender e quanto era a corda do robalo. O pescador sisudo e insipiente olhou para o sargento e lhe disse: Arre égua, sargento! É pra vender, mas pra o senhor eu não vendo nada. O sargento olhou para o pescador e disse: se não vende pra mim, não vai vender pra ninguém, sacando o revólver calibre 38 e atirando na corda de peixe do pobre pescador que vê seu peixe todo despedaçado com a ira do graduado. Daí, percebemos o verdadeiro motivo dele ser remanejado para o rancho e sua insatisfação de estar ali. E pensar que o almoço do próximo dia no rancho seria moqueca de peixe. Só não podia perguntar ao sargento se seria catado de peixe ou escabeche à bala.


Biografia:
-
Número de vezes que este texto foi lido: 61691


Outros títulos do mesmo autor

Contos Recruta é bicho destemido Luiz carlos souza santos
Contos Ex cabo do exército Luiz carlos souza santos
Crônicas Rua barão de Loreto Luiz carlos souza santos
Crônicas Santo Antônio, o santo milagreiro Luiz carlos souza santos
Poesias pretensão de ir ao céu Luiz carlos souza santos
Poesias Luiz carlos souza santos
Crônicas sozinhos em meio à multidão Luiz carlos souza santos
Contos Cabo é cabo Luiz carlos souza santos
Poesias O palhaço Pagliacci Luiz carlos souza santos
Contos Lázaro e a Caipora Luiz carlos souza santos

Páginas: Próxima Última

Publicações de número 1 até 10 de um total de 37.


escrita@komedi.com.br © 2025
 
  Textos mais lidos
Os Dias - Luiz Edmundo Alves 63322 Visitas
Jornada pela falha - José Raphael Daher 63294 Visitas
O Cônego ou Metafísica do Estilo - Machado de Assis 63142 Visitas
Namorados - Luiz Edmundo Alves 63090 Visitas
Insônia - Luiz Edmundo Alves 63090 Visitas
Viver! - Machado de Assis 63048 Visitas
Negócio jurídico - Isadora Welzel 62980 Visitas
A ELA - Machado de Assis 62952 Visitas
PERIGOS DA NOITE 9 - paulo ricardo azmbuja fogaça 62866 Visitas
Eu? - José Heber de Souza Aguiar 62857 Visitas

Páginas: Próxima Última