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A coisa mais importante
Matheus R Botelho

O meu interesse pelo conhecimento se manifestou ainda quando criança, onde eu, com ingenuidade e pureza, me pegava tentando encontrar uma explicação plausível para as coisas que me cercavam. O complexo caminho que as formigas trilhavam, levando coisas muito maiores do que elas me deixava intrigado. Como era possível? Eu pensava. A altura que os pássaros chegavam voando me deixavam boquiaberto ( por vezes, me deitava no chão para observa-los); seus cantos, cada qual diferente do outro, e suas cores diferentes me deixavam estupefato.
      A fonte de conhecimento onde eu buscava respostas para essas perguntas eram meus pais, e não os culpo se alguma vez perderam a paciência com minhas implicantes questões sobre tudo. Meu pai as respondia com um ligeiro bom humor, e eu ficava boquiaberto.

- ah, então quer dizer que os "pisca-piscas" de Natal estão brilhando por conta da energia? Meus olhos brilhavam.

    Já na escola, não perdi esse magnífico interesse, e dela, trago boas memórias, confesso; poderia discorrer sobre o meu professor de geografia, que com sua determinação e sabedoria moldou meu jeito de ver o mundo, explicando algumas de minhas curiosidades, dentre as quais, o porquê de a terra possuir tanto relevo diferente. Poderia eu falar sobre a exímia professora de história, que com sutileza de coração e com grande paixão me ajudou a compreender a sociedade e os caminhos que foram trilhados para que se chegasse a esse fim, me fazendo vibrar na mesa com histórias fabulosas sobre o Brasil, a vida e o mundo. Não poderia deixar de citar minha estupenda professora de português, que me mostrou os livros, despertando em mim um amor extraordinário pela leitura. Com suas citações, e com a paixão com a qual defendia essa língua tão maravilhosa, fui seduzido pela literatura, mergulhando em um universo magnífico, guiado por mãos excepcionais, viajando nas histórias de Machado de Assis, José de Alencar, Jorge Amado, Guimarães Rosa e Cecília Meireles, dentre outros mais.
       Na faculdade, me senti realizado. Tive acesso a um mundo novo, com a filosofia, a psicologia, o direito e outras diversas matérias, que me ensinaram tanto, com a ajuda de mestres brilhantes e talentosos que me levaram à ciência, me cativando cada dia mais.
        Hoje, sinto-me em partes realizado, ouso dizer, buscando sempre mais e mais respostas com estudo da ciência e do mundo. Mas tenho em meu coração uma certeza.
        De tudo o que aprendi na vida, o que me foi mais relevante, não foi o que aprendi com meus mestres universitários, muito menos com meus excelentes professores capacitados no ensino regular.
        O que mais me foi relevante, foi o que aprendi quando criança, com meus pais, que mesmo não sabendo sobre ciência, me inspiraram, instigaram e me apresentaram à vida, cultivando esse sentimento insaciável que levarei para sempre.


Dedico a meu pai.

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