O velho barco repousa sobre as ondas. Agora já não serve para que os homens venham usá-lo. Seu casco, outrora brilhante como o puro diamante, agora se encontra puído e danificado. O seu mastro, que durante tempestades impetuosas, erguia-se imponente, desafiando os estupendos raios que anunciavam o caos, agora se mostra escurecido e frágil. Novos barcos, mais velozes, mais bonitos e fortes tomaram todo o mar.
O vento sopra em suas rachaduras, fazendo se ouvir um lamento; porque choras, ó velho barco? Não és tú que diante das ondas nefastas, ergueu-se vitorioso? Por acaso, ó barco saudoso, não foi sua bravura e serenidade que guiou os ávidos por aventuras pelas águas instáveis? Não vistes tribos longínquas, das quais apenas histórias se ouvem? Mesmo assim, choras..
A saudade do mais puro azul do mar, da brisa suave, da serenidade das gaivotas o consome. Tornarás a vê -las? Não, nunca mais verás.
Os novos barquinhos ouvem seu lamento;
Sabem o porque de sua tristeza:
é a dor de ser esquecido.
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