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Um sonho!
Eliana Soraia de Castro Moreira Faria de Balzano

Resumo:
testarmos-nos a nós próprios.

“Cansada de mais um dia de aulas, deitei-me no sofá a pensar, acabara de entrar num sonho... perdida, dei por mim num mar de verde, onde tudo ganhara vida, com muita cor, onde cada olhar nunca era em vão. O dia ainda mal nasce e as flores ainda não acordaram, ainda perdida sem rumo decidi ir ao encontro do desconhecido.
Até que certa altura deparo com um vaso de barro com um brotar de uma pequena flor. E eu questiono-me: Que fará aqui um vaso? Será um simples e humilde vaso ou quererá dizer-me alguma coisa? E agora que farei com ele? Não a poderei deixar aqui, não sobreviverá sozinha.
Naquele momento senti que tinha de a salvar e longe de mim deixa-la para trás. Sem pensar peguei na flor e segui caminho.
Cada vez mais era fascinante aquele lugar, mas o facto de estar num mundo desconhecido, com sede e fome e para cuidar daquela pequena e inocente flor, perseguiam-me na mente.
Caminhando desorientada, até que algo mereceu da minha atenção, algo pequeno, algo frágil, algo brilhante. Com medo mas com a curiosidade a 1000 tinha de me aproximar. Era uma chave, notava-se que era usada. Tão linda que eu nem pensei ignorá-la. Meti-a ao bolso e segui caminho. A flor era a minha prioridade.
Já cansada de andar, parei e sentei-me debaixo de uma árvore a descansar. Ainda entusiasmada com tanta beleza, lembrei-me da chave. Era tão linda...! Mas uma chave dependurada numa árvore, que quererá significar? A abertura de uma nova vida? Ou talvez, terei eu que abrir mais os meus horizontes? Apesar de tão linda que era, mas estranha por outro lado, não a deixei um único segundo.
Continuei caminho porque p’ra a frente é que se anda, até que pareceu-me ter avistado uma pequena escultura de pedra mas... não, não era uma escultura de pedra, era uma casa. Uma casa de pedra velha. Mas estranho, por aqui é tudo tão... que eu nem tenho palavras para descrever o quanto de boca aberta estou, e agora assim do nada, aparece uma casa velha?
Olhei para a flor e corri para a casa em busca de água. Ainda pensei se a chave a poderia abrir, mas de tão velha que era, com um simples empurrãozinho na porta, caia-me aos pés. Tudo velho, tudo muito sujo, tudo de outro mundo. Procurei, explorei, vasculhei e nada. Nem se quer um simples rasto de água. Nada. Desiludida, cansada e com sede, a ideia de desistir persistia na minha alma.
Já desesperada, cai no chão. Fechei os olhos a ouvir o vento nas árvores. Um som tão relaxante e apaixonante mas... não era só o som do vento que eu ouvia... parecia... algo corrente com força, seria água? Não dava para perceber bem, o som não era muito audível, o que significa que ainda está longe. Levantei-me, ainda fraca e segui o som. À medida que ia caminhando, o sol parecia desaparecer, mas pôr-do-sol já? Caminhando no escuro, até que...Aih! Voltei para trás e novamente...Aih! mas que era aquilo que me impossibilitava de seguir caminho?
Era um muro forte e duro.
Mas que me irá acontecer mais? Mas o som da água já era superior ao do vento. Será que haverá água depois do muro?
Sabendo que entre mim e a água está só um simples e estúpido muro, se cheguei até aqui, não vai ser agora que vou desistir. Respirei fundo e mãos à obra. Comecei a escalar o muro, até que me apercebi que havia uma porta, mas esta nem com 1000 empurrõezinhos ia lá. Instinto ou não, mas a 1ª coisa que me passou pela cabeça foi a chave, meti a mão ao bolso, abri a porta... e... era tudo ainda mais surpreendente, terei entrado no paraíso? Pensava eu... Agora sim a flor poderá crescer e nunca lhe faltará água. Mas ainda está prisioneira daquele vaso, o que a impedirá de crescer e ser livre. Tirei-a do vaso e plantei-a perto do rio para que nunca lhe faltasse água.
Será que fiz bem? Será que poderia ter feito melhor? Será que havia outra solução?
Adormeci.


Biografia:
...
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