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A HISTÓRIA DAS CIDADES VI
HISTÓRIA DOS SHOPPING CENTERS II
DAVID DE AZEVEDO CONCEICAO

O que contribuiu para o crescimento do Shopping Center nos EUA:

1) Alteração das normas de tributação, financiadores passam a disponibilizar custos dos novos projetos como perda, favorecendo com que os shoppings tivessem um caráter mais lucrativos.

2) O surgimento do primeiro cartão de crédito em 1951, o Diners, estimulando o consumo. Antes a possibilidade de abertura de crediário era somente nas lojas e isso fazia com que os clientes tivessem inúmeros cartões de cada um dos estabelecimentos em mãos.

3) Credores institucionais como fundos de pensão, companhias de seguros e bancos estiveram presente no processo de surgimentos dos shoppings desde sua origem. Grandes credores observaram o percentual do aluguel como estratégico hedge para combater a inflação na década de 1970, tendo participação dos lucros em mais de 40% das propriedades. Alguns credores se decidiram dirigir a propriedade de forma direta e outros optavam em terceirizar os serviços por uma questão de praticidade. Buzaid afirma:

Existência de um aluguel percentual, que resulta na participação do empreendedor no faturamento do lojistas; a existência de uma associação dos lojistas – representante da vontade dos associados; o regimento interno e as normas complementares – regulamentadores do comportamento dos lojistas, do uso das lojas e das áreas comuns, bem como questões relacionadas a obras e benfeitorias, responsabilidades, visitantes, empregados das lojas e prepostos, fornecedores, etc.; a participação direita do empreendedor na administração do shopping (1988, p. 564).

Em torno de 30 mil shoppings eram construídos nos EUA entre as décadas de 1970 e 1990. No continente europeu o primeiro shopping foi arquitetado e gestado de modo único, o VallingbyCentrum em 1953 na Suécia. O novo modelo de comercialização em conjunto cresceu pela França e Grã Bretanha, alguns países tiveram um retardo no investimento das construções dos shoppings em 1957 por causa da legislação urbana, como a Alemanha e Itália. No final da década de 1980 os shoppings já se localizavam em uma área de 30 milhões de metros quadrados em toda a Europa.

Entre as décadas de 1980 e 1990 o crescimento dos shoppings tiveram um crescimento considerável, cobrindo um espaço de 70 milhões de metros quadrados. Os shoppings então a partir dos anos 2000 tiveram melhorias tecnológicas que puderam então passar a competir entre si.

O primeiro shopping surgido no Brasil, Shopping Iguatemi, foi em 1966 em São Paulo mantendo a estrutura americana tendo aberto ao público em 1971 o Conjunto Nacional em Brasília. Entre 1974 e 1978 mais seis construções surgiram em Minas Gerais, Paraná, Bahia e São Paulo. A partir de 1984 o crescimento da indústria foi acelerado no Brasil e no mesmo ano o primeiro shopping foi projetado no estado do Rio de Janeiro. Segundo Requião:

A finalidade de um centro de compras, hoje universalmente identificado como Shopping Center, é congregar, num mesmo local, o maior número possível de atividades empresariais, distribuindo os diferentes ramos de comércios e serviços, segundo uma planificação técnica precedida de acurados estudos sobre o potencial de compras da área de influência a que ele serve, visando a dar conforto e o máximo de estímulo ao consumidor, facilitando-lhe a escolha e a aquisição de quaisquer mercadorias e serviços. (1984, p. 120).

Um dos pólos de crescimento na indústria dos shoppings está vinculado à entrada feminina no mercado de trabalho, a expansão urbana, ao atendimento popular por mais conforto e segurança, às variedades climáticas brasileiras e o acréscimo da carteira de fundos de pensão que possibilitou seus financiamentos em shoppings centers. A Associação Brasileira de Shopping Center faz a seguinte definição:

Empreendimento constituído por um conjunto planejado de lojas, operando de forma integrada, sob administração única e centralizada; composto de lojas destinadas à exploração de ramos diversificados ou especializados de comércio e prestação de serviços; estejam os locatários lojistas sujeitos a normas contratuais padronizadas, além de ficar estabelecido nos contratos de locação da maioria das lojas cláusulas prevendo aluguel variável de acordo com o faturamento mensal dos lojistas; possua lojas-âncora, ou características estruturais e mercadológicas especiais, que funcionem como força de atração e assegurem ao “shopping center” a permanente afluência e trânsito de consumidores essenciais ao bom desempenho do empreendimento; ofereça estacionamento compatível com a área de lojas e correspondente afluência de veículos ao “shopping center”; esteja sob o controle acionário e administrativo de pessoas ou grupos de comprovada idoneidade e reconhecida capacidade empresarial.

Além dos fatos mencionados, uma outra característica ímpar nesse processo foi a durabilidade econômica demarcada com a promulgação do Plano Real em 1994 que projetou grandes mudanças em nível nacional. A mais eficaz foi a diminuição de modo significativo e permanente das taxas inflacionais que facilitou a previsão dos lucros, impulsionando a ampliação dos negócios e a elevação do consumo de valores permanentes e não-permanentes. Mendes exemplifica:

Empreendimentos dessa natureza pressupõem, além do planejamento e organização interna dos exploradores de atividades comerciais, investimentos em publicidade, instalações comuns, aprimoramento das condições de comodidade, decoração e segurança do prédio, dentre outros. Mesmo para enfrentar a concorrência entre os shoppings,
empreendedor/empresário/administrador deve constantemente ajustar o complexo às imposições do mercado de consumo (por exemplo, realocando ou substituindo lojas, atraindo parceiros que comercializam produtos que atendem a modismos, aprimorando instalações internas, como a praça de alimentação, entre outros). Em suma, o explorador do shopping center desenvolve atividade econômica bastante singular, que não se reduz a um simples negócio imobiliário. Há todo um planejamento específico na organização do negócio e de distribuição do espaço, que, no ramo, é referido pela expressão tenantmix (2008).

O crescimento da solicitação por valores de consumo teve impacto no varejo que transitou em uma reestruturação e expansão nesse tempo. Sendo também um tempo de crescimento dos funcionamentos dos shoppings que simultaneamente trabalhavam as últimas áreas abertas nos grandes centros metropolitanos começaram um crescimento no interior e cidades menores.
Com influência dos dados mencionados acima, a quantidade de empreendimentos elevou de modo significativo até 2000 quando foi registrado 240 unidades de shoppings center no país. Entretanto nesse mesmo tempo as aberturas de novos shoppings começaram a declinar, entre tantas razões por falta de recursos e investimento de credores, como também o desinteresse dos fundos de pensão por novas projeções, devido à legislação em vigor que restringia os investimentos imobiliários nas porcentagens das carteiras integrais.

A área retomou às atividades com empenho com a economia forte e contribuições de capital oriundo de parcerias com empresas estrangeiras em 2006 e movimento de capital na Bolsa de Valores. Isso acarretou a projeção de novos empreendimentos que possibilitou a abertura de novas filiais entre 2005 e 2010. Além disso os shoppings existentes foram aprimorados e com melhoria tecnológica. O Brasil possui atualmente 382 shoppings com uma a ABL (área bruta locável) de 8,9 milhões de m².


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