Os índios Monxorós foram os ocupantes primitivos do território. A historiografia de Mossoró aponta que os primeiros estabelecimentos em terras da cidade tenham se solidificado em torno de 1600 considerando que os escritos do tempo mencionam as salinas.
Para CASCUDO (2002) o sal foi extraído no local até 1644 pelos holandeses Gedeon Morris e Ebert Smiente. No ano de 1701 Dom Fernando Martins Mascarenhas, governador de Pernambuco concede ao Convento Carmelita terras em que se localizam sítio que até os dias atuais são da jurisdição da Cidade de Mossoró. A Capela Santa Luzia construída em 1772 dentro do Sítio Santa Luzia, de propriedade do Sargento mor Antônio de Souza Machado, que deu origem ao povo que hoje remonta à cidade, construída como se fosse um “país”. José Lacerda Alves Felipe reflete:
A cidade imaginada agora não cabe no Rio Grande do Norte. É a Cidade-Estado- um ente coletivo imagético capaz de garantir o domínio dos Rosados nesse território que os mesmos tentamtransformar em lugar. Neste sentido, o domínio de fato é mascarado pelo discurso da permanência e o lugar re (inventado) é um “país”, onde o grupo político e familiar é reconhecido por todos, inserindo a família e o seu domínio político nos signos identitários do lugar. (FELIPE, 2001.)
O crescimento urbano em Mossoró desde o seu estabelecimento como habitação populacional no de 1772 até os dias contemporâneos tem origem no complexo de urbanização no Brasil que teve sua elevação através do desenvolvimento econômico. Deste modo, a ampliação foi traçada pelas múltiplas vias econômicas determinadas pela fragmentação territorial do trabalho. Segundo Oliveira:
O urbano no Brasil é historicamente fundando numa concentração singular: enquanto o locusda produção era rural, agrário, o locus do controle foi urbano. Tratava-se de uma economia fundada para cumprir o papel específico na acumulação internacional a partir de controles metropolitanos: não apenas porque a exportação necessitasse de serviços urbanos, mas porque a produção foi fundada para a exportação, a cidade do Brasil nasce antes do campo. (1976, p.5)
Cada via então, apontou um período de crescimento urbano da cidade. Entre eles:
1)O domínio pecuarista no período de 1772 e 1857, quando o crescimento urbano era impotente, sendo um mero local comercial que recepcionava produtos da Aracati objetivando o atendimento amplo do campo rural;
2) O aperfeiçoamento empório do comércio no período de 1857 e 1930, quando o crescimento urbano impulsionou uma forte centralização de capitais privados e públicos;
3) O aperfeiçoamento da exploração de salinas e agro-culturainseridos em uma normatização estatal de desenvolvimento dentro do período de 1930 e 1970 quando o crescimento urbano se firmou à firmação do povo operário no solo contribuindo para o desenvolvimento da linha ferroviária;
4) O aperfeiçoamento dos serviços prestados dentro de uma normatização estatal na década de 1970 quando o crescimento urbano se consolidou pelo alto crescimento populacional;
5) O aperfeiçoamento de serviços prestados pela via neoliberal quando o crescimento urbano diminuiu seu ritmo com menores reformulações em sete espaços existentes.
A cidade de Mossoró depois que duplicou sua população a cada 15 anos entre 1940 e 1992 apresenta hoje uma forte inclinação à estabilidade. A cidade passou por um ciclo de reestruturação, considerando sua origem como povoamento em tempos coloniais a principal fonte de desenvolvimento de Mossoró era em torno do rio Mossoró. Os bairros núcleos permaneceram como polos principais de desenvolvimento da cidade oferecendo melhores suportes de infra-estrutura.
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