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O Corvo
Erick Draven - Shelly Webster
CARLOS EDUARDO MARTINS CARVALHO

Resumo:
“Dizem que se uma pessoa morre com um sentimento muito forte por outro alguém e esta vontade supera a própria morte. O corvo a trará de volta para sua vingança”.

“Dizem que se uma pessoa morre com um sentimento muito forte por outro alguém e esta vontade supera a própria morte. O corvo a trará de volta para sua vingança”.

ERICK DRAVEN
Exatamente um ano depois dos acontecimentos daquela noite. A famosa “noite do Diabo”....

Senti uma dor intensa percorrer meu corpo uma tremenda falta de ar, uma ardência em meus pulmões. Um gosto de lama descendo pela minha garganta estava preso em algo de madeira uma caixa gritei, esperneei, chutei com força, senti a madeira se partindo consegui tirar parte do meu corpo pra fora. Chovia forte, pingos grossos e havia muita lama. Eu gritava alto, estava em desespero meu Deus eu havia sido enterrado vivo eu estava num caixão no cemitério da cidade comecei a me arrastar pelas poças de lama em direção ao portão.
Consegui me levantar estava vestido com um terno preto, camisa e gravata eu havia sido preparado como um defunto, as roupas estavam em farrapos apodrecidos como se estivesse há muito tempo enterradas ali comigo. Será que morri mesmo? Mas isso é impossível. Puxo as roupas que saem facilmente caio semi nu cambaleando eu estava tonto uma sensação de renascer misturado com morrer. Estava confuso quando levantei meus olhos em direção a minha lapide chovia muito, os relâmpagos constantemente iluminavam tudo ao meu redor. Notei que havia um pássaro negro me observando era um corvo com certeza um enorme corvo. Ele me olhou fixo como se quisesse me dizer algo então ele bicou com força minha lapide arrancando uma lasca da pedra e exatamente neste momento senti uma força DESCOMUNAL me envolver como um choque elétrico a visão do corvo passou a ser minha então comecei a enxergar através dos olhos do pássaro. Ele então voou até um beco ao lado do cemitério, eu podia ver o seu trajeto ele então aterrissou sobre uma lixeira enorme ele realmente queria que eu fosse até ele. Eu estava me sentindo cada vez mais e mais forte caminhei até o amontoado de lixo o corvo olha para o chão sim me mostrava um par de botas acho que eram coturnos de militar calcei os serviram perfeitamente estavam bem desgastados, mas isso não me importava naquele momento.
Enquanto caminhava perdido pelas ruas eu sentia uma dor muito forte e não era uma dor física, era uma emoção como quando você quer chorar e não consegue um nó na garganta, uma angustia que não passa. Cheguei até a frente do prédio onde eu morava ele estava abandonado havia uma barreira de madeiras na porta de entrada do prédio. Chutei com força as tabuas se partiram com facilidade estava tudo pixado sujo realmente abandonado há muito tempo. Comecei a subir as escadas ao tocar no corrimão de madeira velha e podre senti um flash back eu podia ver e sentir tudo como se voltasse no tempo eu me vi subindo essas mesmas escadas eu estava feliz e havia uma menina linda, loira de cabelos compridos e cacheados, sua pele branquinha contrastava com seus lindos e grandes olhos azuis. Ela sorria e subia as escadas correndo me chamando de ERICK. Sim agora eu me lembro este era meu nome ERICK, ERICK DRAVEN, mas quem era ela?
Continuei subindo e a medida que me aproximava do meu suposto apartamento eu me sentia estranho como se houvesse vozes na minha cabeça, eram lembranças tentando sair do meu esquecimento. No final do corredor avistei uma porta era o numero 475 havia duas fitas em forma de X cruzando a porta dizia “POLICIA NÃO ULTRAPASSE CENA DE CRIME”.
Rasguei as fitas e ao tocar na maçaneta pude finalmente ver o que aconteceu através de um horrível e doloroso flash back, eu estava feliz segurava ao abrir a porta vi a bela garota chorando um desgraçado filha da puta estava com uma faca em sua garganta pregando uma prece bíblica e um homem negro com um colete de couro preto cheio de facas estava ao seu lado gargalhando pude sentir a faca que ele arremessou com uma precisão incrível entrar em minha barriga eu cai instantaneamente de joelhos a menina gritou nãooooooooo, Erick nãooooo, então eu gritei seu nome Shellyyyyy, um terceiro elemento junto a outro que gaguejava sem parar me levantaram pelos braços o desgraçado que estava com a faca no pescoço de Shelly a soltou dando lhe um tapa em seu rosto fazendo com que ela caísse no chão quase inconsciente. Eu olhei em seus olhos ele se aproximou e com uma bíblia na mão puxou um revolver calibre 38 cano longo e fazendo uma prece ao mesmo tempo em que apontava a arma para o meu peito disparou uma, duas vezes. Senti toda dor novamente as cicatrizes imediatamente apareceram em meu peito e costas onde saíram. Não satisfeitos me empurrarão contra a janela redonda de vidro, senti meu corpo caindo já sem vida do 8º andar daquele antigo prédio de arquitetura gótica. Agora tudo fazia sentido eu e Shelly fomos assassinados naquela fatídica noite do Diabo exatamente um ano atrás.
Caído no chão senti a língua áspera de um gato me lambendo o rosto. Lembranças surgiram, eu e Shelly felizes na Pet Shop adotando um gatinho totalmente branco de olhos azuis, Shelly sorridente me dizendo que ia chama-lo de Gabriel. Sim Gabriel, peguei ele no colo estava magro e abatido, vou cuidar de você. Fui até o quarto nossas coisas ainda estavam todas lá os vestidos de Shelly minha guitarra e amplificadores e tudo mais que me remetiam a um passado esquecido pela morte. Lembrei de uma mala onde guarda minha roupa de shows minha calça de couro minha camiseta manga longa preta e justa. Na penteadeira de Shelly onde ela costumava se maquiar havia uma mascara que ela adorava toda branca com lábios e olhos negros sendo que os olhos havia riscas abaixo e acima dos olhos como um Pierro de carnaval ou palhaço sei lá. Gostei do visual peguei sua base branca esfreguei em meu rosto e com bato prato pintei minha boca e olhos exatamente como a mascara de Shelly.
Meus cabelos compridos pouco mais além do ombro minhas roupa pretas meu rosto agora pintado parecendo um fantasma da morte fui caminhando até a janela quebrada, o corvo que estava me observando o tempo todo voou até meu ombro e juntos olhamos para as ruas abaixo enquanto a chuva caia e a cada relampejar clareava nossa silueta o homem e seu corvo prontos para a vingança.

Continua...


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