“E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” Mateus 16.16
Após falar a respeito do perigo de seguir o ensino daqueles que não vivem conforme a Palavra, Jesus perguntou aos seus discípulos quem as pessoas diziam que Ele era. Talvez a pergunta tenha sido inesperada, mas os discípulos puderam coletar e reunir da memória o que ouviram sobre aquele a quem estavam seguindo. Quem era esse que os chamou para seguí-Lo? Em Mateus 16.14 está escrito: “E eles disseram: Uns, João o Batista; outros, Elias; e outros, Jeremias, ou um dos profetas.” Selecionaram para a resposta opções interessantes. Quem sabe os discípulos até omitiram algumas ofensas a Jesus. Algumas pessoas poderiam tê-Lo chamado de louco, desequilibrado, doente, fanático. Os discípulos não relataram isso. As opções da resposta foram bastante honrosas. João Batista era respeitado e famoso entre o povo por sua pregação. Elias foi um profeta conhecido por sua coragem ao enfrentar e derrotar os profetas de Baal, rei Acabe e Jezabel, a rainha perversa e idólatra. Jeremias, era lido nas sinagogas, profetizou ousadamente ao povo de Judá e Jerusalém. Outros profetas eram lidos, estudados e respeitados pelo povo judeu, pois seus feitos e ensinos estavam registrados.
Em vez de parar por aí, Jesus continuou o diálogo. No versículo 15 lemos: “Disse-lhes Ele: E vós, quem dizeis que eu sou?” Questão mais que importante: essencial. Quem era aquele que os acompanhava, guiava, mostrava Seu poder, realizava feitos extraordinários, falava acerca de Deus com tanta intimidade e conhecimento? A Bíblia não diz se a resposta demorou a ser dada, mas, em se tratando de Pedro, é provável que tenha respondido prontamente, sem rodeios. Pedro, o ousado discípulo, se manifestou com convicção. O Senhor respondeu no versículo 17: “E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus.” A coragem de Pedro estava aliada à revelação divina. Pedro não respondeu o que seu intelecto ou suas emoções meramente ponderaram sobre Jesus. Deus mesmo deu a Pedro a revelação: aquele homem era Jesus Cristo, Filho de Deus. Ele não se guiaria por opiniões alheias, pois Deus lhe disse quem Jesus era.
Essa passagem mostra que a revelação a respeito da identidade de Jesus é dada a cada discípulo por Deus. Embora uma pessoa possa ter conhecimentos intelectuais sobre Jesus, a revelação divina sobre Ele é quem determina o discipulado cristão. Assim como Pedro sabia quem era Jesus, Jesus demonstrou no versículo 18 (a) que também conhecia Pedro: “Pois também eu te digo que tu és Pedro ...” Posteriormente, Pedro teve uma experiência que poderia tê-lo tirado do caminho da vida eterna, mas ele já possuía em si a revelação de quem era o Mestre. Na celebração da Páscoa em Lucas 22.31-34, pouco antes da crucificação, Jesus disse a Pedro: “Disse também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo; mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos. E ele lhe disse: Senhor, estou pronto a ir contigo até à prisão e à morte. Mas ele disse: Digo-te, Pedro, que não cantará hoje o galo antes que três vezes negues que me conheces.” Pedro não reconheceu sua fraqueza, negou a Cristo, mas não ficou prostrado no arrependimento.
A revelação de quem era Cristo o fez um dos maiores pregadores da igreja primitiva e mártir cristão crucificado de cabeça para baixo. A revelação que possuía lhe fez dizer que era indigno de ser crucificado como Jesus. Na hora da morte aquela revelação o fez honrar o Cristo, o Filho de Deus.
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