E se a vida me negou alguns de meus sonhos...
Não é porque eu não os merecia ou deva abandoná-los,
nem porque em minha inocência, não os podia compreender...
Mas, porque por algum motivo oculto de mim mesma,
não os era permitido acontecer naquele momento.
E não lamento como já tantas vezes a Deus lamuriei.
Nem apago as velas que ainda acendem minha luzerna
porque a esperança é o futuro que nunca morre...
Eu sei que ninguém sem luz consegue manter-se sempre acendendo
a tocha que os outros seguram na mão...
e, às vezes, mergulham na água para apagar...
Hoje, sinto-me pequena pelos sonhos que não tive,
por aqueles que me foram perdidos e os não realizáveis...
e até por nunca receber um aceno para continuar a sonhar...
Mesmo assim, em minha pequenez, ainda acredito no amanhã.
Então ergo os olhos para o infinito que eu posso ver...
e dele recebo todas as dádivas do dia que hoje vivo.
Pois as mãos que acendem para si horizontes de possibilidades,
entregam-se como candeeiro para quem não tem dentro de si o natal
ou não pode tomar a espuma de um borbulhante e dourado estouro de virada.
Porque o que fica, não são as pegadas que nós - ou o vento - apagamos...
mas, a semente silenciosa de amor e doação que acendemos em nossa alma,
em cada dobra do tempo que Deus sabiamente coloca em nossas mãos.
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