Entre sonhos e canções |
Carlos Correa |
Existe uma linha imaginária
Ela permanece ali sozinha
De longe nos observa triste
Tem vontade de gritar acenar
Mas não pode...
Do lado onde estamos sequer imaginamos
Que logo ali invisível ela cabisbaixa
Possa estar ainda acreditando
Que chegará o instante quando será tocada
Passarão séculos e vidas
Milênios e sofreguidão
E ainda assim aquela linha
Se mantém branca e reta
Do outro lado da espera
Luas e flores de diferentes sabores
A luz do sol pronta a nos envolver
A poesia que um dia disseram que existia
E enfim amanhece diz o vento às ondas do mar
O orvalho que chora ao som da flauta
Derrete-se e acorda os girassóis
A linha treme não sabe o que faz mas sei que sorria
Quando chega o dia
E percebemos que existe algo mais
Que um sentimento diferente de tudo
Vive e ilumina nosso coração
Nesse dia ultrapassamos a linha branca e reta
Dali em diante nasce um novo entendimento
O que doía torna-se aprendizado ainda que continue a doer
O amanhecer torna-se momento único de agradecer
O pescador que não esquece de um peixe sequer
E ali bem próximo a satisfeita linha branca
Olhamos de volta e passamos a ter a certeza
Eu não era apenas um sonhador
Agora eu sei que existe sim o amor
Não aquele sentimento disfarçado e egoísta
Não aquela vida que seguia sem rumo
Não mais se esconder por entre os vãos das estrelas
Mas a esperança de alcançá-las com o próprio merecimento
Que um dia chegue a minha vez
De encontrar a linha que sei que me aguarda
Em algum lugar por entre um sonho e uma canção
Fiquem com Deus
Carlos Correa
|
Número de vezes que este texto foi lido: 52807 |
Outros títulos do mesmo autor
Publicações de número 1 até 10 de um total de 25.
|