Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
UMA VIDA PROPAROXÍTONA
Sérgio Clos

Que linda palavra: PROPAROXÍTONA
E o que quer dizer tal vocábulo? É aquela palavra que tem sua tonicidade na antepenúltima sílaba. A gente pronuncia com mais intensidade. Leva acento. Depois dela na sequência têm sempre duas átonas, fraquinhas ao se pronunciar.
Nosso idioma é uma coisa complexa.
Algumas palavras têm relação com a vida de alguns viventes.
Uma vida proparoxítona tem sua intensidade maior na idade adulta e, depois na envelhescência e na última fase (a derradeira) muito de fraco aparece.
É complicado quando se quer uma vida oxítona, acentuando na última fase. Nem sempre dá certo. Às vezes tropeçamos nas palavras iguais e confundimos tudo, principalmente quando aparece um malabarista de palavras: “Quando eu passo pelo paço lembro-me do meu passado. Quando meço com compasso os passos que dou no paço, eu passo e vou andando passo a passo. Na mente são passadas no meu passado. Depois de ali passar o paço passa pra memória onde também passeio no meu passado”.
Talvez a vida paroxítona, que antecede a última fase, seja a mais tranquila. A maioria das palavras é paroxítona. É tão comum que parecem insossas.
Vidas paroxítonas e insossas têm aos borbotões.
Vidas oxítonas, com intensidade na derradeira fase, esbarram no corpo debilitado pela idade.
Tornar a vida paroxítona em proparoxítona tem um mecanismo simples.
Palavras paroxítonas que parecem proparoxítonas são as mais belas.
Exemplo: ritmo, aspecto, família, envelhescência, paciência, etc.
Depois do escrito vale um dito com palavras paroxítonas tornar a VIDA PROPAROXÍTONA MAIS OXÍTONA EM TODAS AS SUAS FASES:
No RITMO da ENVELHESCÊNCIA urge que a FAMÍLIA tenha PACIÊNCIA em ASPECTOS de RELEVÂNCIA da terceira idade. Pra encerrar:

A POÇA
A cada dia que eu posso.
Eu vejo.
Quando não vejo no poço.
Talvez possa no poço do desejo.
Minha face destemperada.
Na beirada do poço, eu possa.
Olhar na poça rasa da rua.
Minha face nua e crua.
Não importa.
Se eu posso, ou possa na poça.
Se na poça, no poço eu possa.
Melhor poço do que fossa.
Estou triste e na fossa.
Ou fitando na poça.
Minha face de fossa.
Na poça do poço eu posso.
Sérgio Clos


Biografia:
Cronista e articulista. 64 anos
Número de vezes que este texto foi lido: 61635


Outros títulos do mesmo autor

Crônicas Quando Tudo Isso Passar Sérgio Clos
Crônicas ABANDONO FUNCIONAL Sérgio Clos
Crônicas REFUGIADOS Sérgio Clos
Crônicas QUARTA IDADE Sérgio Clos
Crônicas ESTOU ENTRANDO EM GREVE! Sérgio Clos
Crônicas UMA VIDA PROPAROXÍTONA Sérgio Clos
Crônicas O PRECONCEITO Sérgio Clos
Crônicas ADMIRÁVEL NOVA TECNOLOGIA Sérgio Clos
Crônicas MEU AGRADECIMENTO Sérgio Clos
Crônicas REUNIÃO DE EMERGÊNCIA Sérgio Clos

Páginas: Próxima Última

Publicações de número 1 até 10 de um total de 80.


escrita@komedi.com.br © 2025
 
  Textos mais lidos
PERIGOS DA NOITE 9 - paulo ricardo azmbuja fogaça 62697 Visitas
Jornada pela falha - José Raphael Daher 62642 Visitas
Eu? - José Heber de Souza Aguiar 62420 Visitas
Mistério - Flávio Villa-Lobos 62379 Visitas
O Cônego ou Metafísica do Estilo - Machado de Assis 62249 Visitas
Minha Amiga Ana - J. Miguel 62245 Visitas
Viver! - Machado de Assis 62232 Visitas
Os Dias - Luiz Edmundo Alves 62220 Visitas
Conta Que Estou Ouvindo - J. Miguel 62196 Visitas
- Ivone Boechat 62194 Visitas

Páginas: Próxima Última