Cheguei de uma longa viagem. Foram quarenta dias e quarenta noites. Estava perambulando em Chacumbenga. Lá nada havia. Fiquei longe do mundo. Sem rádio, sem celular.
Fiz uma cabana perto de uma praia deserta e tomava muita água de coco. Comi peixe e marisco. Enjoei. Foi bom.
Refleti bastante.
Descobri que ainda, apesar da idade, estou forte.
Meus remédios do coração faltaram e nem fizeram falta.
Fumei pouco. Acabou o cigarro. Mas já voltei a fumar. Que vício danado! Como dizia o saudoso Paulo Santana: “O cigarro conhece o meu interior”.
Voltei e fiquei pasmo com as mudanças.
O “homem” tá preso. Todavia, aquele STF com aquela turma, meu Deus! Têm coisas que não mudam mesmo...
Encontrei um velho amigo e ele, contente em me ver, queria fazer uma surpresa. Levou-me para conhecer um laboratório de robótica num daqueles porões lá de Brasília.
A vida não para de surpreender!
Fiquei boquiaberto com o quê a tecnologia da robótica pode fazer: Deixa-me respirar um pouco pra poder contar. Vocês não irão acreditar no que eu vi!
Encontrei a Marina Silva, Levy Fidélis e Eymael. Eram tão reais que levei um susto. Mas eram Robôs! Fiquei sem entender o que aquelas pessoas, quer dizer, máquinas, estavam fazendo ali. Ele explicou:
- Todas as eleições presidenciais, o governo, ou gente poderosa do planalto, tira do estoque de robôs, a Marina, o Levy e o Eimael, faz uma manutenção, nova configuração no software, muda um pouco o áudio gravado e os coloca em prontidão pra inscrevê-los como candidatos a eleição do Brasil.
Eu não acreditei, mas ele fez uma demonstração e eu quase caí pra trás quando Marina iniciou sua fala. Quase corri pra ela pra dar um abraço e o meu amigo desligou a máquina.
Ele explicou que já estavam reconfigurando as máquinas para as eleições de 2018.
Eu estava de queixo caído.
Perguntei se não haveria o risco de algum daqueles robôs vencerem as eleições:
- Não é possível. Eles concorrem somente para tirar votos de outros. Não há diferença, os eleitos, que são humanos, são facilmente reprogramáveis.
Fiquei matutando a respeito e mentalmente concordei com ele. E a Dilma?
- É um segredo guardado a sete chaves. Era uma máquina que estava sendo configurada e só faltava acertar os textos, mas foi roubada. Sumiu do depósito na época. No final ela foi eleita e veja o que aconteceu. Nos discursos dela, por causa de erro na gravação do áudio, ela dizia umas coisas sem nexo. Era uma máquina.
Estou entendendo agora a razão.
- Qual razão meu amigo?
- Depois das eleições eles somem e só aparecem nas próximas! A gente passa quatro anos sem ver a Marina, o Levy e o Eymael. Eles somem!
- Pois então, eles voltam para o depósito e são desligados.
Ufa, agora entendi.
Clos
|