18
Mercedes ali, vestido azul claro, cabelos presos para trás, olha para o minúsculo relógio de pulso.
- Mercedes.
Bem ali a sua frente Roberto.
- Oi Roberto.
- Oi Mercedes.
- Antes de tudo quero te dizer, eu não sabia que era você, sua família sobre o caso do Tiago.
- Eu sei.
- Você sabe?
- Mercedes, você não seria capaz de fazer mal nem a uma mosca.
- Roberto, eu....
Rebeca se aproxima dela, Mercedes sente sua carne tremer, vendo a sua que tinha como amiga ali, tornar-se em outra pessoa, um carrasco.
- O que faz aqui?
- Me perdoe Mercedes.
- Você, Rebeca, eu confiei em você, era tudo que eu tinha aqui, nossa amizade.
Rebeca começa a chorar e desaba ao chão, Mercedes e Roberto a levanta e a leva ao banco ali da praça.
- O que fazemos?
- Vá buscar água.
- Sim. Roberto sai e logo retorna com 1 garrafa de água mineral.
- Aqui.
- Obrigado.
Mercedes serve água para Rebeca que vai controlando seus nervos.
- Esta melhor?
- Estou sim.
- Rebeca, eu te odiei, a tanto, mais não quero ser a razão de sua morte.
- Me perdoe.
- Se te faz melhor, saiba já te perdoei há muito tempo.
- Obrigada, muito obrigada, saiba Mercedes me doeu muito o que te fiz, mais eu precisava....
- Do seu trabalho.
- Sim.
- Eu sei, fiquei por algum tempo vagando pelas ruas, grávida, barriga crescendo, passei fome, Rebeca eu sei o que a vida pode fazer.
- Eu me sinto um lixo.
- Pare com isso você não é, de tudo, foi boa, generosa, me ensinou muito, até que em certo momento fez o que fez.
- Você sabia da participação dela? Roberto pergunta a mulher.
- Sim eu soube, tempo depois, Marcelo me contou tudo.
- Quando?
- Nossa, faz tanto tempo nem tenho vontade de lembrar disso, já estava com a minha filha nos braços ela estava com 3 meses e eu o encontrei em um mercado.
- Ele nunca me falou disso. Rebeca diz.
- Eu pedi para ele que nunca falasse que havia me visto.
- E ai?
- Bem ele me pagou um refri num bar perto do lugar, conversamos, lembramos do tempo em que trabalhei para vocês e daí ele em lágrimas me contou tudo que havia sifo tramado e realizado.
- Tudo?
- Sim, tudo Rebeca, me disse que teve também participação naquele teatro que me fez ir para o inferno.
- Me perdoe.
- Ja te disse, esta perdoada há tempos, tudo que quero agora é seguir minha vida junto de minha filha.
- Nossa filha. Diz Roberto.
- Não Roberto, a filha é minha.
- É aquela moça que estava servindo no comércio?
- Sim mais ela não imagina que você esta vivo, mudei o nome e estória para ela o pai esta morto.
- Como pode?
- Do mesmo jeito que seu pai me atirou na rua, grávida e sem rumo qualquer.
- Eu não sabia.
- Você Roberto, você eu não perdoei por inteiro, seu castigo será ficar longe dela.
- Por favor, repense, é nossa filha.
- Esqueça.
Toca o celular de Mercedes ela atende do outro lado Tiago a falar de mais uma crise de seu tio.
- Tenho que ir.
- Quando nos veremos de novo?
- Sei lá, nunca mais, acho.
- Por favor Mercedes.
- Esta com alguém?
- Sim, eu estou casado.
- Ela sabe de mim?
- Sempre soube.
- Quem é ela?
Roberto fica em silêncio, Mercedes completa.
- Também não me interessa em nada, siga seu rumo.
Ela sai deixando Roberto cabisbaixo e Rebeca a seu lado.
- Ela nunca vai me perdoar Rebeca.
- Se me perdou com certeza vai perdoa-lo também.
- Será mesmo.
- Vai sim.
Roberto recebe um abraço de Rebeca e eles saem dali, fotos são tiradas a distãncia deles.
- Dr.
- Sim.
- Tudo feito.
- Bom agora só me resta ter um bom papo com Mercedes.
- Vai falar com ela?
- Sim, ainda hoje, vou ter com ela.
- Sim dr.
O carro sai, Ivan olha para seu funcionário ali e quebra uma caneta.
20182104....................................
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