Vida de negro, favela a mil
Se o governo ajuda, quem disse mentiu
De grande cultura aqui soltando o verbo
Aqui é cor preta, perfeita no verso
Versa, vice-versa
Peça, nego nega
Negativo por natureza, pura beleza
Se enfeza na reza
Reza a senhora e eu teimo
São 4 e em 20 horas eu queimo
Desce pela boca dos bicos o veneno
No canto, onde a dor causa o pranto me interno
Facção mental, mente simplesmente intelectual
Que tal uma passagem só de ida pro planalto central?
Namoral, ficar perto desses políticos safados
Eles só roubam e não ajuda quem está ao seu lado
Em volta, revolta
Volta tudo ao inicio
Sou preto pobre, sou o vicio
Sou capoeira, favela, sou a vida difícil
Sou o futebol, festa na laje, o sol no solstício
E os políticos? Bom... Deve tá comprando mais um edifício
Olho por ouro, no dente de gente
Que por ganhar ouro maltrata a gente
E se de repente morto, enterram-me como indigente
Não nos dão ensino de qualidade, mas não importa a idade
Preto que sou, sempre serei inteligente
Oxente
Trago comigo o dom do repente
Se mente eu planto uma semente e acimentados estarão quem
mente pra gente
Entende?
Somos mais que uma cor escura
Somos humano por ser
Somos carne, osso e sangue
Não queremos ver o sangue descer
Porque não queremos guerra
Queremos reconhecimento
Somos iguais a vocês
Parecidos até no nascimento
Diferentes cromossomos
Diferentes pensamentos
Mesma cor de sangue
Mesmo grau de sentimentos
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