Sentir, expressar, viver. Este último, revela o grau máximo da nossa existência. Viver a vida é se aventurar em todas as inconstâncias do destino, adentrar nos limites da razão humana, deleitar-se no mais profundo prazer humano e sonhar. O que seria da vida se não tivéssemos sonhos? Sonhos são a mola que pulsa os motores da vida. Corremos atrás deles e vivemos.
Era só mais um dia comum, amigos, família, em um dia prazeroso. Mas algo devia acontecer. O destino é assim, nos depara com pessoas, coisas, de uma forma tão simples que depois ficamos nos perguntando sozinho no silencio de nossos pensamentos, como isso aconteceu, um sorriso começa a brotar do rosto, e lá estamos nós, pensando em alguém que até o momento não existia em nossas vidas.
Clara jamais imagina que isso pudesse acontecer. Ela tinha acabado de terminar uma história e jamais pensava em começar a escrever outra. Mas os olhares, as palavras e dedicações que lhe alcançava as expressões de Túlio, a acalentava de uma maneira surpreendente, que nem ela sabia o que estava acontecendo. Era só mais um dia comum, na companhia de um desconhecido até então, mas este estava tocando sua alma com singelos gestos. O dia normal então passou. E veio mais outro. Uma noite, dessa vez. Ela, vivendo a vida ao som de música gritante, nem percebeu os olhares que Túlio lhe dava. Ele, abismado por tamanha beleza, simples, mas potente como a das ninfas que receberam Vasco da Gama em sua viagem para a Índia, não conseguia se conter de olhá-la. O amor, algo tão puro, que faz duas pessoas esquecerem o mundo, deleitar-se um na alma do outro, se permitir a sentir o que o outro sente. O amor não tem hora para acabar, mas tem para começar. Se algum dia ouvires que um amor se acabou, tenha plena convicção, caro leitor, que isso não é amor, é só um inconstante do destino. Essa história de amor entre Túlio e Clara foi rasurada pelo destino, ambos escreveram paixões com outras pessoas, se aventuraram mundo a fora sempre em busca de algo que suprimisse o espaço deixado. Tantas coisas aconteceram, Clara, em sua nova história, diz ela que amou, mas sofreu, e o sofrimento a amadureceu. Não se tem a mesma Clara que Túlio conheceu. Apesar das diversas vezes que lágrimas rolaram em seu rosto, Clara foi feliz. O destino veio então e fez nossa menina sofrer, o sofrimento agora foi tão forte que ela pensou em jamais amar outra pessoa. Ás vezes não sabemos a razão de tanta dor, creio eu, que seja para nos fortalecer, são peças pregadas para nos tornar fortes, aptos para continuar vivendo a espera do que nos foi reservado. E o reservado para Clara, foi ter Túlio para sempre em sua vida...
|