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Texto selecionado
A Velha |
Lucas SM |
Todo dia
Uma velha senhora
Corria pela rua
E quando dava meio dia
À casa amarela
Que ficava na esquina
Ela batia
E assim que a porta se abria
Virava as palmas das mãos para cima
E com muita tristeza
Dizia:
"Perdão pela ousadia
Mas tenho uma filhinha
Me dê alguma comida
E lhe direi o segredo da vida"
A moça do outro lado era jovenzinha
De aparência muito atrativa
Sempre desconfiada, ela respondia:
"Somos muito pobres nessa moradia
Hoje não sobrou nenhuma comida
Volte outro dia
E me conte o segredo da vida"
A velha então corria
De volta à rua
Descia
Às estrelas, dormia
Por mais outro dia
De barriga vazia
E sempre ouvia
"Somos muito pobres nessa moradia
Não sobrou nenhuma comida
Volte outro dia
Volte outro dia
Volte outro dia"
Até que um dia
De barriga vazia
Caiu à calçada
Quando deu meio dia
A jovenzinha
Sentou-se à porta
E esperou ansiosa
Aquela senhora
Que corria e corria
Passou-se um dia
Depois outro dia
E aquela senhora
Não mais aparecia
Então a jovenzinha
Com a mente aturdida
Perguntava-se todo dia
"Qual seria
Qual seria
O segredo da vida?"
Quando deu quarta-feira
Ela correu pela rua
Procurou pela velha
Procurou pela rua
Até encontrar uma elegante senhora
Que do sol estava protegida
Com um guarda-chuva
"Perdão pela ousadia
Mas procuro uma velha
Que me pedia comida
Em troca ela me diria
O segredo da vida"
A elegante senhora
Olhou-a confusa
"Conheço essa velha
Ela era mãe sozinha"
A jovenzinha
Olhou-a com alegria
"Onde está essa velha?
Gostaria de vê-la
E de dar-lhe comida"
"A velha morreu, pois estava faminta"
A jovenzinha não se importava
Apenas queria
O segredo da vida
O segredo da vida
"Antes da partida
A velha informou-a
Sobre o segredo da vida?"
A elegante senhora
Que parecia não dar bola
Comentou em despedida:
"Ela nunca me disse o segredo da vida
Apenas dizia
Que era mãe sozinha
Que fome sentia
Mas que comida pedia
Somente na casinha
Amarela na esquina
Pois lá residia
Sua doce filhinha
E que comida
Ela jamais negaria"
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Este texto é administrado por:
Lucas Mendonça
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