Feito corpo.
Feito alma.
Feito espírito.
Feito [os] nós infestos de agruras abstêmias,
Idem inglórios epítetos insultuosos.
Destapas d’alma a fenda ó bardo?
Azo a sós, dê-se em essência parida,
Opila, tece pelo bico da Parkinson odes diversas das que vós alinhaveis tecidas a ponto perfeito?
Não o ranço?
Nem o vil escárnio que escoado pelo o esfínque, vazam rimas quão em escarros.
Oh! A de não tê-las n’outras cartilhas o verbo ser-dor,
Sido purgado, alma para ser carne?
Vês?! Vês que dor se for [do que duvido!] não é verbo para sê-lo,
Porque a dor do Deus criador,
É dor à sós do ser sentir - quase, dor sem fim, dor que não se faz.
Feito dor.
Feito verbo.
Feito carne.
Feito nós infestos de agruras abstêmias,
Idem inglórios epítetos insultuosos.
És preciso tu, ó Narciso, ó vão além útero, fragma de um Eu despedaçado, venera estampa da própria carne.
És preciso tu, que os pensas sê-lo,
Mais que tudo: o Deus, o Verbo e o Nada?
Sido purgado, verbo ser-dor, alma para ser carne.
Sede vós mais que os ancestrais avós dos vossos ilhoses.
Então, ousas à ti dizeres?
Ou é-me essência parida?
Ou de fenestra a ambrósia dos mortais.
Date: Mon, 24 May 2010 09:38:56 -0700
From: decastrig@yahoo.com.br
Subject: câmbio...câmbio...
To: manoel.serrao@hotmail.com
Caro amigo Esse bate papo é muito legal. Percebo, porém que meu ritmo não acompanha o seu. Vc se comunica com muita gente. Eu não. To vivendo enclausurada no Arpoador, é mole?
Vou tentar passar uma mudança que percebi nos teus textos. Ñ é uma análise literária, apesar de eu ter estudado letras na USP (ñ me formei, é claro).achei engraçada a sua mudança de estilo e norma conforme o veículo. Foi nesta ordem que as percebi:· Na poesia vc se expande. Vc fala na interseção dos planos universal/individual. Seu inconsciente (Junguianamente falando) se apodera de suas línguas, de sua palavra, de sua parole (Saussure) que são lançadas nas ondas reais e virtuais da grande rede. Aqui a norma ñ é culta nem inculta, aqui vc é Serrões. Vc as declama tb, nas tertúlias da Ilha?· Nos e-mails, vejo o advogado formado no Recife: norma culta, plano universal, formal, barroco quase pomposo, um discurso imponente e impressionante aliada a uma certa malandragem de comerciante que eu já havia ouvido, mas nunca lido. Lembre-se que o pai de minha filha era um pernambucano comunista e político que, aos 15 anos ganhou um concurso de oratória da Assembleia Legislativa de Pernambuco com o tema da prostituição, defendendo as putas e concorrendo contra políticos adultos conhecidos. E olha que eu acho os meus e-mails formais demais (rimou).· Não sei como se chama aquela conversa escrita on-line que nós tivemos. Pois, é. Ali eu reencontrei o velho Serrão que eu conhecia de ouvido com sua linguagem cotidiana por um lado muito maranhense, por outro trazendo outras vivências e uma pitada das formas acima descritas, tudo isso no plano individual e informal. É coloquial, regional, mais a pitada de apuro. Eu sei que sou lenta e complicada, mas não tinha, até então, me aberto com ninguém. Tenho esta trava com "autoridades constituídas que me atrapalha muito. Serrão, responde, vai!Bjs,Inês
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