Pequenos passos estofados, nuvens negras, brancas, cinzas.
O céu é puramente água mas não é azul
As arvores mais verdes, escuras, os caules de um marrom quase negro, verde úmido de sombra, o sol está oculto.
Passos leves, o vento frio espanta as pessoas, elas correm para casa, correm da chuva.
Um espetáculo de cadeiras vazias, criaturas estranhas essas que têm medo da chuva.
Marchando sobre o mundo, flutuando no ar com sua enorme estensão como que sem peso, trazem a vida, essa se esconde acuada.
Pedras úmidas antes mesmo da primeira gota, os trovões rufam em complexo arranjo anunciando em um espetáculo de luzes e som a sua chegada.
Deus está na chuva, não na cruz.
O delicioso cheiro do chão molhado cresce na atmosfera ondulante.
E a chuva leva a sujeira da rua.
A sujeira do mundo.
O esgoto da vida.
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