Meu corpo é tecido, logo, tem fiapos...
Vivo a catar retalhos diante de mim
E, como sou histológico, sou científico,
Possuo inúmeras camadas têxteis, será?
Só que essa textura é orgânica, bem viva,
Mas inorgânica debaixo de sete palmos...
Através dos poros da pele absorvo energia,
Pela derme e epiderme sinto frio e calor,
Suo, ou simplesmente deveras me arrepio,
Ou sinto mil estranhas sensações ignóbeis...
Meu corpo é tecido: seda, algodão, não sei.
Talvez cambraia ou chita... quiçá até jeans!
Devo engomar-me, pregar meus botões...
Ao redor de mim há o que chamam vida
E meus órgãos todos estão dentre os tecidos!
DE Ivan de Oliveira Melo
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Biografia: Nascido em Recife, em 09/10/1953. Professor de língua portuguesa e literatura. Poeta desde adolescente. Livros publicados: SINFONIA DE AMOR; POESIA, AMOR E VIDA; REFLEXOS; SEARA DE RITMOS; SO...NETANDO.Temas mais comuns em seus versos: o amor, a natureza, o homem, o socia, o cosmos, o metafísico,
religiosidade... |