Mãe, não importa o meio,
Interessa, sim, o propósito.
Realmente, aqui nada é feio,
Pois escrevo algo póstumo.
Através desta poética carta
Chega a ti meu pensar contrito...
Desde que partiste sou atrito
Dum viver sem rumo, sem vida casta.
Perdi-me nas entranhas da loucura,
Estou na existência sem sabor.
Por quê? Porque já desconheço o amor
Que se foi e que era minha partitura.
Sei que me escutas agora onde estás,
Por isso peço-te aqui o teu perdão!
Envia ao meu pensamento uma oração
Para que doce eu seja como o ananás.
Partiste! Dentre tantos estou sozinho...
Perambulo e tropeço, estou caindo sempre.
Tua jornada deixou-me sem teu ventre
Donde eu havia enxurradas de carinho.
Estou enfermo... Será também o meu fim?
Bem que gostaria de ir encontrar-te!
Meu coração já não pulsa forte e destarte
Teria o prêmio que consumar-me-ia a mim...
Amar-te-ei infinitamente. Lê o meu sofrer.
Sem ti tão somente sou iníquo desatino...
Que a morte benfazeja seja o meu destino
Para que eternamente possa contigo conviver!
DE IVAN DE OLIVEIRA MELO
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Biografia: Nascido em Recife, em 09/10/1953. Professor de língua portuguesa e literatura. Poeta desde adolescente. Livros publicados: SINFONIA DE AMOR; POESIA, AMOR E VIDA; REFLEXOS; SEARA DE RITMOS; SO...NETANDO.Temas mais comuns em seus versos: o amor, a natureza, o homem, o socia, o cosmos, o metafísico,
religiosidade... |