Dá duro na vida,
eu não
dou mais não.
me empurraram,
socaram,
levei pau,
sofri em mãos
de dissabores,
fui trato
e capacho.
fui recado rápido
e flanela suja,
ficava pálido
de raiva
e inocência
por tal vasto!
dêem duro
pela vida,
pois eu não
dou mais não.
fui banho
público,
e escada de
subir.
hoje, não,
sou homem
feito
de vida -
meio amassada.
pois até homens
me quiseram
e me fizeram
maus tratos
rindo das
querelas.
até o cal
lá me prepararam.
mas me
levantei:
num espicho
de bravata.
hoje sou calmo,
feito antena sem
som.
sou águia ferida
é
verdade:
cheia de vida,
mas despenado!
fui caridade,
e passo de
recados de
piteiras,
para mulheres
alcoviteiras.
só me perdi
um vez,
na padaria
com uma
certa e linda
confeiteira.
mas isso
é outra
história
que conto dela
depois, pois
é meio rouca.
mas na vida há
sempre
os vivaldos.
e, por isso,
em nome do caule,
da mais bela flor,
não dou mais
duro na vida,
deixa ela passar
dona de reinados
com veras
sumidades.
deixa passar..
duro não
dou mais.
e, esqueci,
não tenho par
de dança
ou valsa
rodada:
meu nome é
lá vai
sinfrônio:
foi meu grande
e belo azar!
pois bem
que podia
ser:
tão fácil
belo antônio!
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