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Vinha andando pela rua,
encontrei um macaco,
lhe disse: vou te dar uma banana,
ele disse: você dá é no saco...
Macaco vai, macaco vem,
encontrei um girafa que se pôs a me dizer
que lá do alto dá para enxergar bem
o que o homem é capaz de fazer...
Segui pensando, dei de cara com um veado,
palavra besta, bicho bonito que me falou
que o homem só aprende com o pecado
depois que o bem de todo o abandonou...
Mais lá frente um faminto leão,
lambendo os beiços rugiu: vou lhe comer!,
que não sou besta e nem meto os pés pelas mãos,
dei de correr e me misturei na multidão...
No fim da linha o bicho-preguiça sonhava,
toquei no ombro e falei: tá devagar!,
o bichinho me olhou, quieto e, palavra por palavra,
se tá com pressa corra, se não, melhor é descansar...
Por fim, findando, encontrei bela coruja,
que de conselho em conselho pôs-se a ensinar,
que o homem é o perigo de si mesmo e dele fuja
quem quiser viver nesta vida a sorrir e a amar...
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