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Perdão
A Ismael Santos
Rebeckah Campos

Chorastes?
Tua face era como rosa
Perdeu as cores,
Não é mais mimosa
E seus lábios tremem.

Chorastes,
Minha raridade adorada?
Uma fina e pequena
Lagrima cristalina
Molhou a sua face divina
E me deixou inspirada.

Choraste!
E eu longe
Não pude entender
O que aconteceu
De repente pálido e triste
Pendeu!

Choraste?
Não pude só ver-te
Em lagrima pura
Que levou parte
De sua formosura...
Ouvir sua voz,
Não me deixaria, mas tão resentida.

Quem chora sou eu!
Pela dor da despedida
Humildemente vim entregar-te
Minha vida não como sacrifício
Mas como um canto
Para te poupar do pranto
Do opróbrio desta vez...

Choraste?
De vergonha, não sei.
Talvez sua alma esteja ofendida
Porque minha ralé
De alma atrevida
Derrubou o teu palácio
De príncipe.
Uma simples fantasia
Que me arde dentro do ser
Em loucos desejos
Que te faz seduzir-me
Mas não em beijos
Porém vão além da magia.

Perdoa
Essa pobre demente
Culpada, mas inocente.
Que se pecado cometeu
Foi te amar demais.

Perdão
Por não me calar no momento certo
Por te demonstrar amor incerto
Sei que há certa falta de um algo mais...

Perdão
Minha rosa dos amores.
Não quis manchar os teus verdores
O que quis foi livrar-te do hostil
A voz de minha paixão resume
Eu tentei só ter o teu perfume
Porém como cardume
Sou uma covarde vil.

Eu sei que deveras
Sozinho sofrer comigo o tormento.
E nessa dor de pensamento
Devorar essa agonia.

Em vez de sonhos felizes
Eu sei que devo do meu peito
Cortar as raízes desse amor
E eu que de crente
Estou descrido
Até os hinos me mata a voz
Não quero amor fingido
Tenho na alma um desgosto desvaido
De quer botar sorriso no rosto
Em vez de lagrimas
E eu muda
Simplesmente muda
Triste e penando
Como um pedido
Pedi-te suplicando:
Não com prazer, mas te amando.
Só te sentir
Calar-me
E morrer...

Não pude, pois meu coração
Transbordava.
Uma interna voz me falava
E eu louca
Só ligada na agonia
Não vi o que
Minha alma continha
Matei na febre do meu canto
E do delírio de meus prantos
Morri de amores por ti...

Perdão
Por te deixar tirar minha inocência
Odeio-me por este
Terrível amor
Essa ardência
Que feri meu coração
Sei que é um enorme pecado
Caso a ser julgado
Porém vai além da explicação
Se me deres alguma sentença
Não deixes pra mim
A indiferença.
Pois não quero dos teus lábios
Maldição....

Perdão querido....
Perdão!

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