Enquanto as livrarias expõem palavras dissecadas,
aqui, no subúrbio das nossas sentidas emoções,
apanhamos restos de flores e vasos quebrados,
cantamos a canção que sangra corações,
estamos vivos, apaixonados...
Enquanto a tela vende peixe e evasivas conversas,
nós, na linha reta entre estar e desaparecer,
caminhamos de cabeça baixa, às pressas,
na ânsia simples de a vida viver...
A luz do poste ilumina quem passa indo para casa,
seus pensamentos abraçando aqueles que ama,
dentro da blusa, escondido, o par de asas,
o coração, candeeiro do amor, viva chama...
As palavras passarão como nuvens passageiras,
os poemas serão lembrados com lágrimas e risos,
nas mãos cada um tem metade da vida inteira,
viver cada instante, cada precioso segundo
é preciso...
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