Mais uma vez abro a porta do silêncio
e grito o poema recém-nascido,
o chamo de novo invento,
o retiro do vidro,
o lanço no espaço,
faço com que caia em seus braços,
espero que o amamente,
que o sustente
com teu coração de leite vermelho,
que o balance sobre os joelhos,
o ensine a engatinhar,
dar os primeiros passos,
que o aninhe em seus braços,
que o solte como fazem os ursos e os leões,
o entregue à selva e seus animais,
que o tenha ensinado a não repetir seus ancestrais,
que seja só uma poesia como a palavra amor quis,
que seja forte e amoroso o suficiente para ser feliz...
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