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JUNTANDO PALAVRAS
Jota Santiago

                    
         
      Gosto de escrever, já disse. Se não disse, estou dizendo agora. Mas pra mim escrever não é coisa fácil, nunca foi. É um processo custoso e meio ingrato. Não fosse também a preguiça de pensar, escrever seria menos difícil.
     Mas, escritor que é escritor não tem dificuldade de escrever. O sacrifício dele é bem outro, a ponto de um deles se queixar: "Alguém tem que juntar o lixo". Em outras palavras ele quis dizer que para escrever é preciso ter estômago, ou mais precisamente: coragem.
     Desfraldar a alma assim, a troco de nada. Escancarar aos quatro cantos do mundo uma paixão mal resolvida. Revivendo toda história, detalhe por detalhe, em seus momentos mais sórdidos. Não deve ser fácil, nem um pouco.
     Como não sou escritor, estou livre de certos sacrifícios. Escrevo somente por gosto, não por vocação. E se muito brinco de juntar palavras, é porque mais tropeço nelas do que sei juntá-las.
   Mas, não é preciso vocação para aprender a escrever. Só que ninguém ensina ninguém a escrever não. Porque a gente só aprende a escrever, escrevendo - é preciso ler muito também.    
   Quando fiz o curso de Comunicação e Expressão, havia uma professorinha, rigorosa como um general. Fazendo de tudo para me ensinar a escrever.  Ah, se fosse tão fácil assim!
     Até hoje, muitos dos conselhos, que me foram dados por ela, ainda martelam na minha cabeça. Por isso, escrevi o texto abaixo, numa forma de compartilhar tais ensinamentos. Se alguém tirar algum proveito dos conselhos da professorinha, já me dou por satisfeito. Vão aí, do jeito que melhor pude lembrar-me deles.                                           
       UM TEXTO, quando bem elaborado, deve ter uma estruturação lógica, e ser de fácil entendimento. Nele, os argumentos, além de coerentes, devem sucintos e objetivos, sem divagações desnecessárias ou distanciamentos do tema abordado.
         A linguagem deve ser simples, o raciocínio límpido e solto. As ideias devem fluir de forma despretensiosa, sem aborrecer ou tomar o tempo das pessoas com coisas inúteis ou desprovidas de propósito.
        Ao redigir exprima-se com clareza, precisão e elegância. Não construa períodos longos e emaranhados, nem se estenda em argumentações elucidativas, que possam quebrar o ritmo e a harmonia do texto. Seja breve e  conciso.  Lembre-se: expressar-se bem é dizer muito escrevendo pouco. Seu texto deve ser interessante,  não enfadonho.
         Seja imaginativo, autêntico e, acima de tudo, audacioso. Adote um jeito todo seu de exprimir suas ideias. Não copie e nem dê muita importância ao estilo adotado pelos outros. Se possível escreva sem estilo algum. Porque a arte de escrever consiste na capacidade de emprestar beleza e originalidade a um texto, sem que a preocupação do estilo se sobreponha ao talento natural de quem escreve.
      Ora, ainda que toda ideia tome corpo através de um estilo, não podemos tolher a nossa criatividade em prol desse ou daquele estilo. Sequer devemos obedecer a regras rigidamente pré-estabelecidas, quando a imaginação nos permite abusar de uma linguagem mais solta e espontânea.  
    Contudo,  mesmo que redigir textos não seja difícil para muitos,  alguns cuidados são necessários antes de nos aventurarmos a juntar palavras.  Certos erros e inconsistências,  além de prejudiciais ao conjunto harmonioso do texto,  tornam a leitura desinteressante e dificultam o entendimento da mensagem.         
    Dessa forma, em qualquer redação muitos pontos devem ser observados,  sem esquecer das regras gramaticais:
- Ao redigir não construa frases com muitos adjetivos ou com muitos advérbios. Evite a construção de muitos períodos subordinados.  Forme frases curtas, de fácil entendimento. E não fique repetindo ideias.
- Só use verbos na voz passiva quando estritamente necessário e não empregue verbos de ligação com muita frequência.
- Escreva tão somente para si,  nunca para os outros. Nesse sentido nunca tente impressionar ninguém mostrando que sabe das coisas ou que é inteligente.  Não recorra ao emprego de palavras difíceis ou rebuscadas, nem faça uso de termos técnicos na sua redação.
- Se alguém lhe disser que não se pode formar frases com uma só palavra, não acredite. Quando for preciso, forme. Os grandes escritores assim o fazem.  
- Seja virtuoso (eu quis dizer cuidadoso),  abstenha-se dos vícios de linguagem. Não construa frases de sentido ambíguo, evite sobretudo estrangeirismos e cacófatos. E nunca faça uso de gírias na sua redação.
- Dê extrema importância aos sinais de pontuação ao redigir.  Saiba exatamente quando e como usá-los nas frases e orações. Uma simples vírgula, quando mal empregada, pode alterar completamente o sentido de uma frase, induzindo o leitor a interpretações equivocadas. Por isso, ao utilizar os sinais de pontuação, todo cuidado é pouco.
- Por último, é sempre bom lembrar: uma mensagem, quando bem redigida,  jamais será mal compreendida. 

















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