Não sei porque mas não consigo esquecer
do começo do mundo,
éramos oriundos
de deuses e anjos,
éramos crianças,
não marmanjos,
sabíamos que havia algo além dos muros do Paraíso,
uns diziam que era um pote de juízo,
outros diziam que um balde de maldições
que roubariam o amor de todos os corações...
Eu subi na macieira e espiei a vida inteira
que corria lá fora,
como eram bonitas a fauna e a flora,
o gingado das girafas,
eram felizes, sem estafa,
riam uns com os outros,
não dava para perceber se havia loucos...
Mas, num sem querer, tropecei e caí do outro lado,
me espatifaria se não fossem os braços de alguém que me segurou,
me disse que aprenderia sobre o amor,
olhei bem em seus olhos,
era o pecado,
e me amou...
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