Brasil, terra de todos e de ninguém, aonde existe fartura e escassez também.
Grita-se aos quatro cantos dessa imensa e pequena pátria: Igualdade! Igualdade! Igualdade!
Quem é esta igualdade? Aonde vive? Quero conhecê-la, não só eu, mas também aqueles que após um dia de labuta já dorme pensando na labuta de amanhã, e que mesmo se quisesse, não conseguiria disfarçar os muitos calos que jazem em suas mãos.
Os pequenos que tem como sina a labuta de seus progenitores, eles também desejam não mais ser desconhecidos por esta tal igualdade.
Quem almeja também conhecê-la são aqueles que são tratados como minoria, mas na verdade são maioria. Eles que lutaram por liberdade e que mesmo sendo libertos dos trocos e das chicotadas, ainda estão sendo levados aos trocos e são chicoteados por aqueles que tem suas mentes escravizadas pela arrogância e ignorância.
Brasil, pátria sofrida, mas também amada, que ainda está a gritar e ansiar por igualdade.
Igualdade, não te escondas de mim, não te escondas de nós; queremos te cultuar, prometemos eternamente sermos fiel.
Aonde estás? Será que na morada daqueles em que o muito não é suficiente ou na daqueles em que o pouco é o que lhe resta?
Igualdade, eis-nos aqui! Vem nos agraciar com a tua singela e ávida beleza, que o aroma da tua meiga, serena e pura formosura possa assaltar a alma daqueles que são cercados de adoração e também daqueles que são assombrados pelo desprezo.
Ah! Igualdade, Amo-te sem te conhecer e impetuosamente continuarei a te amar.
Santos, Débora.
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