Lá na esquina quarenta e dois
Mora uma flor desbotada
Comenta tudo que vê,
Parece até descorada
Fofocar é seu praxe
Não sabendo ficar calada
Sua figura horrenda,
Bruxa de contos de Fada
Entrei certa vez no ônibus,
Lá ela estava sentada
Não reconheci aquele cabelo danado
Devido ao moço bom, que vendia cocada
A danada se mudou
De um para outro lado
Quando vi aquele vulto
Fiquei um tanto assustado
Aquele cabelo branco com laço de fita amarrado
Nas orelhas haviam brincos, daqueles um pouco corado
Na boca apenas um dente
Para ser identificado
Usava sim, uma bengala
Pra se sentir amparada
Tudo que via falava
Como papagaio alado.
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