Era tão bom quando a lua banhava
Teus ombros pálidos sobre o vestido
Matéria de canções e sonhos
Teus cabelos castanhos,
Teus lábios serenos
Esses hematomas pintados de vinho?
Não se preocupe
Deste modo até parece mentira
Mas são marcas do pesar recluso
Não são rosas desfazendo-se em cinzas
Silhuetas vazias dançam, solitárias
Na Colina Solar, que agora é Colina
Por onde antes você corria descalça
E ali, rolava na grama
Mais acima, era abraçada
Aqui a brisa era tão doce
E tão aconchegante o sol em teus olhos
Agora, intimo-me à pobre lua
Tão distante e sozinha
Seja ela então a testemunha
Que dos meus olhos escorreu minha alma
Me perdoe
Pois te disse que nunca o faria
Mas sob o salgueiro está essa lápide
Onde agora reside a minha vida
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