Na expressão de mim mesma, abraço o mundo.
Vejo a vida passar lépida e, por vezes, acabrunhada;
sei que nem toda criatura é, cotidianamente, amada,
e de um afago cada um precisa em um segundo.
Registra-se, nas pequenas ou grandes cidades,
a violência daquele que, por razão desconhecida,
virou furibundo e, assim, comete bestialidades.
Muitos constroem a estrada descomprometida.
Não cabe ao homem conhecer o seu futuro.
Em instantes, novo Big Bang pode ocorrer;
se não o da explosão cósmica, o do seu eu obscuro.
A graça maior é a da mão estendida para socorrer.
Por isso, necessito abraçar a beleza da flor;
preciso da bênção do poder correr, falar e respirar
e, com o ar nos pulmões, seguir por onde o destino for.
No aconchego de outros abraços e no abrigo do lar.
Assim, carrego, em meu ser, a fonte inesgotável
da esperança, da confiança e da aliança.
A união da humanidade precisa do laço afável
e da força advinda da pureza do riso de uma criança.
A cada minuto, sinto fome de abraçar o mundo,
num gesto acolhedor e, ao mesmo tempo, recebedor.
Energiza-se o universo com o bem; sofre com o mal infecundo.
No entanto, o pesar há de dar lugar a um futuro prometedor!
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