Toca o sino da meia-noite
De batida surda por poucos ouvidos
No entremundos
Na noite triste de novembro
A chuva fina e o nevoeiro
São as lágrimas de saudade
Daqueles que já morreram
Abre-se a fúnebre trilha
Quando o véu encontra-se fino
Vão, em silenciosa procissão
Todos que aguardam entre um ano e um dia
Para a viagem às terras onde sempre é verão
Dois círculos são traçados
Os guardiões convocados
O casal sagrado por fim é chamado
E o UNO também é exaltado
Choram pela madrugada
Velas negras e vermelhas
Homenagem, honra ancestral e ritual
Comunhão é compartilhada e sentida
Todo fim prepara um novo início.
Rezemos, oremos e recordamos
Honramos, reverenciando e cantamos
Aqueles que nos precederam, agradecemos
Com perfeito amor e confiança
No limiar da alta hora
É possível sentir a presença
Sentir o mistérios de criar e, através do amor
Que um dia fez nascer
No mesmo amor se perpetua e espera a hora do renascer.
Simone Dimilatrov
Santos, 01 de novembro de 2016
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