Sabe qual é? Sabe o que é mais estranho para as pessoas-que-sentem? Fácil. É quando elas passam a ser as pessoas-que-sentiam.
Que foi? Não entendeu? É isso mesmo.
Pessoas-que-sentem. Que foi? Nunca ouviu falar? Provavelmente não. Até mesmo porque as pessoas-que-sentem dificilmente saem por aí se autodenominando "pessoas-que-sentem", já que, normalmente, elas vivem por aí sentindo, sabe? Vivendo. São elas que, quase sempre, te servem uma bandeja de amor, carinho, amizade, afeto, e servem, quase sempre, quase SEMPRE, de escudo para você, eles estão lá, quase SEMPRE, agora mesmo, se preocupando com você.
Só que tem um PEQUENO detalhe, até mesmo as pessoas-que-sentem um dia deixam de sentir....
Opa, opa, espera aí!
Que tremendo erro, na última frase e no início do pequeno texto.
Corrigindo: pessoas-que-sentem jamais deixam de sentir. Pessoas-que-sentem nunca tornam-se "pessoas-que-sentiam"... elas apenas sentem que talvez as outras pessoas não estejam tão familiarizadas com todo esse jeito de sentir que elas que sentem possuem.
Então, com um esforço absurdo, elas sentem:
Sentem que o escudo está quase quebrando;
Sentem que não há reciprocidade à altura de seus sentimentos;
Sentem medo;
Vergonha;
Remorso;
Sentam e sentem... sentem que é hora de pa_ _ _ d_ sent_ _.
E é logo depois disso que elas notam que elas não desistiram, elas apenas sentiram, sentiram que era melhor, mais fácil e menos doloroso sentir só pra si.
Então elas notam, que anotar essa confusão toda em uma pequena nota do celular é bem menos dolorido do que sair por aí gritando: EU SINTO!
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