Como eu tenho medo do tempo
Com a trombeta encerra-se esse percurso,
sobre uma estrada de terra
Como se os caminhos da pele enrugada
formasse um tormento
dilatando minhas pupilas lapidadas
Navego neste céu escuso
como se os fios de cabelo brancos pairassem ao vento, Hoje meus passos são flutuantes
Sem aguça de deslumbrar o mundo
A outro alguém, fui um imberbe
Jovem, florescia brotos de esperança
Como o céu se tornasse branco
me recolhi avariado, com meu universo cego,
desmanchando atordoado
Com as mãos trêmulas, morreremos sufocados,
pela vida dissipada
e cigarros queimados.
-Hellinton Nunes
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