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A alma do mundo
Clara

A alma do mundo
Sentada, sob uma figueira, observava as folhas caírem silenciosamente. Contra a luz do sol pareciam possuir um brilho quase divino, levando-me cada vez mais profundamente em uma viagem através do tempo, do espaço, da realidade, para os recantos mais inalcançáveis de minha mente.
Aquelas folhas caindo, entrecortadas com tons de marrom, verde e dourado me lembraram da importância de se observar. Observar detalhes pequenos, que a um olhar desatento podem parecer inúteis, mas que fazem toda diferença. Estamos falando de algo que muda o roteiro, estreita laços, desencadeia guerras.
Fui, esses dias, fazer uma visita à uma ONG da região, a Irmã Teresinha, lá, o que vi, fez minha alma murchar aos poucos. A cada sorriso de crianças carentes, uma cicatriz a mais em minha alma, a cada olhar esperançoso, mais vontade de mudar a história.
A realidade de nossas crianças está cada vez mais difícil, entretanto, nós, humanos, temos a mania de olhar somente para os nossos problemas, não percebemos que a alma do mundo parece estar marcada pelo abandono social, pela marginalização e pelo preconceito... Eu sinto o mundo pela imensidão de meus pensamentos, eu choro através do horror dos acontecimentos, e sei que não sou a única! Então porque? Porque ninguém faz nada? Porque não mudamos a realidade?
Assim está minha cidade, cidade na qual pessoas sofrem todos os dias e o que mais preocupa a todos é a passagem da tocha olímpica. Hipocrisia do mundo! Dar tanta atenção para eventos passageiros, enquanto outras coisas merecem mais notoriedade. Mas ,no fundo, eu entendo essa necessidade hiperbólica que temos de focar em coisas boas, é a nossa válvula de escape, para o horror com que nos deparamos todos os dias.
Aquela menina dos olhos tristes e sorriso travesso, será que já teve vontade de ser bailarina? Será que terá a chance de desabrochar? Tão pura e inocente quanto um lírio, embora, logo cedo, tão rejeitada.
Aquele menino fofinho, com pele cor de chocolate e olhos tão dourados quanto o ouro puro, será que crescerá e se tornará um grande publicitário? Físico? Matemático? Ou será que optará por seguir o caminho das artes?
Não sei! As respostas para esses futuros, tão incertos, somente o tempo poderá trazer. Enquanto isso, sigo o meu caminho, tento fazer feliz as pessoas ao meu redor. Afinal de contas, foi para isso que nascemos, para amar e sermos amados. E você? Já escolheu o seu caminho?


Este texto é administrado por: Ana Clara Rocha
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