Se há porque por que não há
de se ter um lugar para o repouso,
o capim como cama e o cobertor de estrelas:
se há porque existir, por que não vivê-las?
Como fazem os astros que vivem e se suportam,
vive a hera no muro e na alta janela,
como vive a lua a espiar
o que fazem aqui na Terra...
Se há mundos e mundos hão de viver
como estrelas repentinas de vivo fulgor,
teça os passos de tua caminhada a fazer
desse caminho a estrada para o amor...
Se queres e por querer refletes o sol
que te abraça como o pai ao filho faz,
encha-te de calor e escape desse anzol:
o grão que és de areia dê-se ao mar...
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