A política brasileira paralisou o País. Brasília é a capital das batalhas judiciais. Existe uma espécie de “salve-se quem puder” entre os políticos. Enquanto todos os holofotes iluminam esse ambiente, no sul ganha força o sonho de um movimento separatista.
A ideia de separar a Região Sul do resto do Brasil não é nova. Nossa História conta-nos que Rio Grande do Sul e parte de Santa Catarina já tentaram isso uma vez. E foi por luta armada. Coisa quase inconcebível nos dias atuais.
À medida que o Brasil caminha para o fundo do poço, os separatistas veem seus adeptos se multiplicarem. Do simples slogan “O Sul é meu país”, ou da criação da bandeira, agora já existem coordenadores do movimento em muitas cidades da região.
Todos os sonhos são válidos. Só que neste caso, eles logo serão engolidos pela realidade. Mesmo que se consiga marcar um plebiscito junto com as eleições de outubro próximo, com vitória esmagadora do “sim”, o sul nunca será um país. A menos que pegue em armas e vença numa guerra civil.
E se houvesse a mínima chance de vencer pelas armas, ainda assim teria de ter São Paulo do seu lado. Nenhum país gerará riquezas suficientes sem São Paulo. É ai que começa toda a ilusão dos separatistas.
Que continua com a nossa Constituição. Mesmo sendo mentirosa, porque foi escrita por políticos mentirosos, ela é clara no seu artigo primeiro, quando diz que o Brasil é formado pela união “indissolúvel” dos estados. Com que força e apoio político, o sul proporia uma mudança na Constituição?
Vamos imaginar hipoteticamente que o espírito Farrapo baixasse, outra vez, e os três estados do sul deixassem de pagar suas dívidas. Que os empresários não recolhessem seus impostos. Como forma de asfixiar o governo e abrir um diálogo.
Não acredito nesse diálogo de separação. O mais provável é que haveria algum tipo de retaliação. O que aconteceria com o apoio da população a ideia de separação quando os funcionários públicos não recebessem seus salários. Ou, os aposentados não recebessem sua pensão. Seria o princípio do fim do sonho de uma “Europa” brasileira.
O mais complicado ainda estaria por chegar, quando tivéssemos de escolher nossos governantes. Que lideranças políticas temos na Região Sul, que possam se fazer acreditar eticamente. Até duvido que algumas delas apoiem os separatistas.
A verdade, é que estamos tão divididos como o resto do Brasil. Infelizmente em política não é permitido sonhar nem pensar pequeno. Se o sul quiser ser grande, deve trabalhar para mudar o Brasil. Será mais fácil do que lutar pela separação.
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