Não quero ser alguém que escreve as próprias dores, minha intenção ao escrever é incorporar um personagem. Infelizmente, eu tenho o hábito de incorporar um personagem que me caracteriza e isso me deixa, incansavelmente, deprimida. Poderia eu simplesmente parar de escrever, seria uma forma de ocultar minhas dores. Dores que sinto depois que escrevo, quando leio o que escrevi e vejo o quão amarga minha vida é. No entanto, meu encanto quando alguém se identifica ou se emociona com minhas palavras é tão reconfortante que me impede de desistir da escrita. Algo tão simples, mas que nos possibilita desabafar, comunicar, informar, nos possibilita, com apenas 26 símbolos, expressar sentimentos, desejos, virtudes, ensinamentos, etc. Eu admiro, de uma forma genuína, a escrita. O poder que um texto, até como esse, tem de mudar o destino das pessoas é incalculável. É magnânimo. Louvável. A arte da escrita não pode ser perdida jamais, ela que vai curar o mal do mundo. Ela que vai eliminar essa doença contagiosa de conformidade mental que afeta a grande massa. A escrita vai mudar o mundo. Mudou o meu mundo, quem sabe não muda o seu também.
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