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A CULTURA MACHISTA
DIRCEU DETROZ

Dei boas gargalhadas quando a presidente Dilma e seu Ministro da Educação cuspiram da boca para fora, que o tema da redação sobre a violência contra a mulher, faria os alunos pensarem. Garanto que a única coisa que eles pensavam naquele momento, foi não receber zero na redação.

Confesso que gostaria de ler muitas dessas redações. Saber qual foi a proporção de “machos” que escreveram o que realmente pensavam sobre o assunto. Estou convicto que, de repente, esses “machos”, desapareceram como por encanto.

No domingo, li o relato da turista japonesa, assaltada com tentativa de estupro no Ceará. Longe das redações, a realidade da violência contra a mulher é chocante.

A turista disse que muitos presenciaram a cena e deram meia volta. Não tentaram ajuda-la. Do ponto de vista da turista japonesa é compreensível. Sabemos do grau da criminalidade que tomou conta do Brasil. Qual seria a atitude do criminoso com quem tentasse socorrê-la?

A cultura do machismo vem do berço. De modo camuflado ela se mistura com a educação familiar. O menino é educado para ser mais forte do que o amigo. Ser o dono da bola. E por fim mandar na turma. Se não brigar ou não passar a mão na menina, o castigo é ser sumariamente excluído.

Nisto tudo duas coisas são incrivelmente assustadoras. A primeira as mães. Muitas não fazem a mínima questão de mudar o script da educação dos filhos homens. Parece que se acostumaram em ser um objeto de uso de alguém, e querem que o filho também tenha um desses “brinquedinhos” no futuro.

A segunda coisa são as professoras. Elas são a maioria no Brasil. Acredito que um bom tanto se esforça para mudar essa ordem natural da cultura do machismo. Nem é preciso uma lupa para perceber que estão perdendo a batalha. Porque muitas não ajudam.

Outro fato que colabora para que o machismo se apresente de maneira exacerbada é a falta de punição severa e exemplar. Leis existem, mas seus conceitos, e a Lei Maria da Penha é um exemplo, não assusta. Quando o “objeto” se esconde, seu dono sai para caçá-lo, e muitas vezes, eliminá-lo na maior da tranquilidade.

Não podemos fugir deste conceito. O machismo é uma cultura. E como cultura apesar de danosa e doentia é praticamente impossível extirpá-la da sociedade. É como uma erva daninha que nasce no quintal, e vamos nos acostumando com ela. Infelizmente.

Criamos o macho, a imagem e semelhança do homem. Ainda há quem culpe as mulheres. Seu corpo. Seus encantos. Temo que esses retrógrados sejam a maioria.



Biografia:
Sou catarinense, natural da cidade de Rio Negrinho. Minhas colunas são publicadas as sextas-feiras, no Jornal do Povo. Uma atividade sem remuneração.Meus poemas eu publico em alguns sites. Meu e-mail para contato é: dirzz@uol.com.br.
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